14/Ago/2019

O cenário macroeconômico impulsiona a procura por Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), tanto por empresas do agro como por investidores. A previsão é de que as emissões do título em 2019 superem R$ 11 bilhões, quase o dobro do contabilizado no ano passado, de R$ 6 bilhões. Entre janeiro e junho, as ofertas de CRA chegaram a R$ 5,5 bilhões, segundo dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Companhias do agro aptas a captar recursos no exterior veem o CRA como opção mais vantajosa no momento: as taxas de juros cobradas no País estão mais baixas do que no mercado internacional. Para o investidor, o papel se mostra mais remunerador hoje do que outras aplicações, também pela isenção de Imposto de Renda.

A melhor gestão financeira de produtores e empresas é outro estímulo ao investimento no CRA. A Belagrícola, distribuidora de insumos agrícolas controlada pela chinesa Dakang, acaba de captar R$ 56,2 milhões por meio de CRA e já vislumbra a segunda emissão do ano. O primeiro financiará as compras de cerca de 2 mil produtores; o segundo, estimado em R$ 50 milhões, atenderá em torno de 400 agricultores. A operação sustentará a meta de obter receita de R$ 800 milhões com a venda de insumos, 20% acima da do ano passado. Quem também está de olho no mercado de CRAs é a startup Mark 2 Market. Após nove anos atuando com gestão de risco, a fintech solicitou à CVM aval para operar como depositária de CRAs, com foco em produtores e empresas de médio porte.

Hoje, a B3 é a única depositária do mercado. A Mark 2 Market propõe centralizar em seu sistema documentos fornecidos pelos emissores, visando a dar mais segurança a investidores. A Selic em baixa estimula a demanda por investimentos mais remuneradores. Grandes empresas emissoras de CRAs não têm obrigação de enviar documentação à B3. Os dados são entregues às securitizadoras, o que, para investidores, é uma operação segura. As médias empresas têm dificuldade de emitir CRAs por não serem tão conhecidas. A Mark 2 Market quer fornecer informações sobre elas porque a expansão dos CRAs deve vir deste segmento, com o recuo do crédito com juros subsidiados estimulando a busca por opções. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.