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18/Out/2019

China está redigindo texto do acordo com os EUA

A China já está redigindo o texto da primeira fase do acordo com os Estados Unidos. O mercado vinha especulando a possibilidade de a primeira fase do acordo firmado na última sexta-feira (11/10) não se confirmar dada a falta de novas notícias sobre o avanço das negociações. No entanto, o porta-voz do Ministério do Comércio chinês, Gao Feng, deu mais detalhes de como a construção do texto está acontecendo, em uma operação bem próxima aos negociadores norte-americanos. Os dois lados estão em processo de consulta e produção do texto da primeira fase do acordo e tendo discussões específicas no alinhamento da próxima fase. A China está disposta a terminar com a guerra comercial e retirar todas as tarifas. Apesar disso, Feng se recusou a comentar os números informados pelo presidente norte-americano Donald Trump na semana passada sobre um comprometimento da China em ampliar suas compras de produtos agrícolas norte-americanos para algo entre US$ 40 bilhões e US$ 50 bilhões.

Afinal, a nação asiática não confirmou o montante. As empresas chinesas aumentarão suas compras de produtos agrícolas norte-americanos de acordo com as necessidades domésticas e os Estados Unidos criarão boas condições para essas compras, segundo ele, reforçando ainda com os dados mais atuais sobre as últimas compras da China no mercado agrícola norte-americano. Gao Feng completou afirmando que o mercado chinês é enorme. O fim da guerra comercial o mais rápido possível e a abolição da imposição de tarifas conduzirão à expansão da cooperação bilateral em um campo econômico e comercial mais amplo, incluindo a agricultura, segundo ele. Boa parte das especulações dos especialistas do mercado neste momento frente à possibilidade de um acordo se dá sobre o futuro das tarifas colocadas em produtos dos dois países.

E para alguns, Trump já teria entendido que as taxas adicionais são mais prejudiciais aos americanos e estaria, de fato, em busca de firmar um acordo com os chineses. E parte da Fase 1 do acordo, a qual já estaria sendo redigida, inclui um adiamento do aumento das tarifas de 25% para 30% que deveria ter acontecido na última terça-feira (15/10). Sobre o aumento previsto para 15 de dezembro, Trump ainda não anunciou sua decisão. O governo projetou as tarifas para que a parcela inicial tenha muito mais impacto na China do que nos Estados Unidos. Os Estados Unidos construíram um algoritmo para garantir que as tarifas iniciais maximizem a dor na China e minimizem a dor do consumidor norte-americano. Mas, quanto mais tarifas se estabelecer, mais tarde se chegará àquelas que afetam mais os Estados Unidos do que a China e estamos chegando nesse momento, segundo o Conselho Econômico Nacional do presidente Trump.

Do mesmo modo, como já vem sendo noticiado nesta semana, a China pede que os Estados Unidos levantem todas as tarifas impostas para haja um melhor e mais saudável ambiente de comércio para ambos. Porém, embora a área agrícola seja uma das peças-chave da disputa, é preciso olhar além das compras que podem fazer nos Estados Unidos. A China se comprometeu a fazer mudanças sistêmicas em suas políticas agrícolas, medidas de segurança alimentar, biotecnologia - o que poderia ajudar nas exportações norte-americanas de soja, a questão cambial, propriedade intelectual. Então, os dois precisam criar um ambiente em que possam, enfim, olhar para estes problemas mais compreensivamente. O yuan, provavelmente se valorizará, atraindo fundos para o país.

O câmbio da moeda chinesa provavelmente verá uma alta estável pois a taxa de juros do yuan é relativamente alta e seu uso no âmbito internacional aumenta, avaliaram os especialistas participantes de uma reunião trimestral organizada pela Associação Chinesa de Valores Mobiliários. Nove economistas-chefe de companhias de valores e três executivos de empresas de gestão de fundos participaram do encontro. Apesar da pressão para baixo, a economia chinesa ainda demonstrou um crescimento resiliente, com algumas empresas privadas e de manufatura mostrando forte ímpeto de desenvolvimento. As autoridades devem acelerar as reformas no mercado de capital, que pode desempenhar um melhor papel para financiar a pesquisa científica e o desenvolvimento. Há ainda espaço para o desenvolvimento em termos de renda per capita assim como urbanização. Fontes: Bloomberg e Agência Xinhua. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.