Uruguai: arrozeiros estão plantando no Paraguai

Após o fenômeno dos pecuaristas uruguaios que decidiram adquirir campos e produzir carne no Chaco paraguaio, começou na década de 1990 e ganhou força entre 2005 e 2010, atualmente há casos de produtores de arroz que decidiram investir no campo do Paraguai. Há fazendeiros de arroz na área de Artigas que já produzem no território paraguaio, onde exploram cerca de 2.000 hectares e investiram US$ 10 milhões, segundo a Federação Rural (FR). São produtores que exploram áreas importantes no norte do Uruguai e alguns deles lidam com cerca de 800 hectares. Segundo a Associação de Produtores de Arroz (ACA), confirmou essa situação, embora tenha esclarecido que “ainda não é uma tendência”.

Aqueles que acabam tomando essa decisão são aqueles que têm maior força financeira, segundo a entidade. O objetivo é se estabelecer em áreas do sul do Paraguai, onde os valores da terra são maiores do que os do Chaco, mas onde são encontradas as condições favoráveis para produzir o grão. Ao contrário do gado, o cultivo do arroz é 80% nos campos alugados e o restante em fazendas próprias e 78% das fazendas de arroz tem uma área de menos de 500 hectares, de acordo com dados da pesquisa de arroz liberada este mês pela Direção de Estatísticas Agrícolas (Diea). Os números mostram que, na safra 2016/2017, foram plantados 164.400 hectares, distribuídos em 426 fazendas, dos quais 21% estavam localizados na costa norte e oeste, 13% no centro e 66% no leste.

Na semana passada, durante uma reunião dos presidentes das 50 federações que compõem a Federação Rural, várias questões relacionadas à competitividade da agricultura uruguaia foram levantadas, principalmente devido aos custos internos de combustíveis, mão-de-obra, impostos e outros fatores. Foi neste contexto que os casos de produtores que tomaram a decisão de ir a outros países da região, especialmente o Paraguai, foram discutidos, sem implicar necessariamente abandonar sua atividade no Uruguai. Há uma variedade de situações, algumas vendem tudo e vão, outros reduzem sua área de produção local, compram campos paraguaios e vão e vêm de vez em quando para gerenciar suas atividades em ambos os países.

Quanto aos agricultores de arroz que arriscaram ou avaliaram produzir em terras paraguaia, eles são atraídos pelos menores custos de produção, principalmente pelo preço do solo e do diesel, entre outros insumos. Os solos paraguaios já são cerca de 2 milhões de hectares de campos uruguaios, representando um investimento de mais de US$ 100 milhões. No Uruguai, os produtores estão muito preocupados com os custos de produção. Mesmo na Federação Rural, alguns altos líderes ruralistas estão prestes a investir na agricultura paraguaia. A ACA advertiu a crescente concorrência do arroz paraguaio em alguns mercados, especificamente no Brasil, onde aumentou sua presença com base no aumento da produção e na proximidade dos centros de consumo brasileiros, como São Paulo e cidades vizinhas. Fonte: AFP. Traduzido e adaptado por Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica.


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