Tendência de alta dos preços do algodão no Brasil

Atentos às altas nos preços internacionais, os vendedores estão resistentes nos valores pedidos pelos lotes disponíveis, elevando as cotações os preços no mercado brasileiro. Mesmo com parte das indústrias sem interesse em novas compras, porque estão utilizando a pluma em estoque ou recebendo contratos firmados anteriormente, outros compradores com necessidades imediatas acabam adquirindo alguns volumes, especialmente de pequenas quantidades. No entanto, na segunda-feira (11/09), o ritmo de consecutivas altas da pluma foi interrompido com alguns vendedores flexíveis nos preços, influenciados, especialmente, pelo recuo dos contratos na Bolsa de Nova York. Ainda assim, no balanço dos últimos sete dias, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra alta de 1,56%, cotado a R$ 2,50 por libra-peso. Na parcial deste mês de setembro, a alta é de 1,9%. A média da parcial de setembro é de R$ 2,49 por libra-peso, 2,49% maior que a média de agosto/2017 e 1,54% acima da média de setembro/2016 (valores atualizados pelo IGP-DI de agosto/2017).

Com os valores internacionais em alta desde a penúltima semana de agosto, o ritmo de negócios destinados ao mercado externo esteve aquecido para as próximas temporadas (safras 2017/18 e 2018/19), envolvendo bons volumes de pluma. Os contratos têm sido firmados tanto com base nos vencimentos em Nova York como a preços fixos. A média parcial de setembro/2017 para os contratos de exportação referente à safra 2016/2017 é de 79,30 centavos de dólar por libra-peso, para embarques programados entre setembro e dezembro/2017, 4,8% superior à média de agosto/2017, de 75,66 centavos de dólar por libra-peso. Para exportação no segundo semestre de 2018 (referentes à safra 2017/2018), a média de setembro, de 74,75 centavos de dólar por libra-peso, registra aumento de 3,5% frente à do mês anterior, de 72,23 centavos de dólar por libra-peso. Para a safra 2018/2019, a média está em 74,55 centavos de dólar por libra-peso, alta de 3,46%.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em agosto/2017, a exportação de pluma totalizou 68 mil toneladas, três vezes e meia maior que o volume de julho/2017. Entretanto, na parcial de 2017, as vendas foram de 238,4 mil toneladas, 43,8% menores que as do mesmo período de 2016. Em agosto/2017, o faturamento foi de US$ 109,8 milhões, com preço médio de 73,26 centavos de dólar por libra-peso, 1,1% inferior ao preço médio de julho/2017 e 6,8% maior que o preço médio de agosto/2016. Em moeda nacional, foi de R$ 2.3079,00 por tonelada, valor 2,63% abaixo do valor praticado em julho/2017. A importação brasileira de pluma, por sua vez, somou apenas 70,2 toneladas, recuo de expressivos 92,4% frente a julho/2017 (920,5 toneladas). Neste ano, as compras totalizaram 32,9 mil toneladas, 51% acima do registrado no mesmo período de 2016, de 21,8 mil toneladas. O preço médio de importação foi de 161,24 centavos de dólar por libra-peso, aumento de 90,7% frente ao de julho/2017, de 84,57 centavos de dólar por libra-peso.

A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 2,19 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Quanto aos contratos futuros na Bolsa de Nova York, a elevação veio da preocupação quanto aos impactos dos furacões Harvey e Irma nos Estados Unidos, coincidindo ainda com o bom desempenho das exportações norte-americanas. Nos últimos sete dias, o contrato Outubro/2017 registra alta de 3,12%, cotado a 73,71 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Dezembro/2017 apresenta avanço de 1,66%, a 72,11 centavos de dólar por libra-peso. No mesmo período, o vencimento Março/2018 registra aumento de 1,94%, para 71,47 centavos de dólar por libra-peso e Mai0/2018, de 1,73%, cotado a 71,76 centavos de dólar por libra-peso.

Em relação às lavouras da temporada 2017/2018 nos Estados Unidos, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou, no dia 11 de setembro, que 34% da área semeada já tem abertura de maçãs, abaixo dos 40% observados no mesmo período de 2016. Em relação à qualidade das lavouras, 63% estão em boas e ótimas condições, acima dos 47% do ano anterior; 26% estão em condições medianas, 11% inferior ao observado em 2016, e 11%, em ruins e péssimas condições, apenas 5% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado. O 12º levantamento de safra da Companhia Nacional de Abastecimento, divulgado nesta terça-feira (12/09), revisou positivamente a estimativa de produção da temporada 2016/2017, para 1,53 milhão de toneladas, 18,6% maior que a safra anterior, beneficiada pelo clima favorável nas principais regiões produtoras.

Apesar da queda de 1,7% na área semeada, a produtividade média brasileira está estimada em 1.629 Kg por hectare, aumento de 20,6% frente à safra 2016/2017. Em Mato Grosso, mesmo com as chuvas de final de agosto atrasando a colheita, as atividades podem ser finalizadas até esta primeira quinzena do mês. O maior produtor nacional pode colher 1 milhão de toneladas na safra 2016/2017, volume 14,9% maior que na temporada anterior. Com alta de 4,5% na área semeada, a produtividade média de Mato Grosso pode ser de 1.611 Kg por hectare. Para a Bahia, a colheita da área de sequeiro atingiu 95% e a de irrigado, 48%. A produção 2016/2017 está estimada em 346 mil toneladas, 40% maior que na temporada anterior. Mesmo com a queda de 14,3% na área semeada, a produtividade média está estimada em 1.717 Kg por hectare, expressivo crescimento de 63,2%. Fonte: Cepea. Adaptado por Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica.


Voltar

Copyright 2017 Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica
Todos os direitos reservados.