Tendência de preços firmes com exportação forte

As quedas expressivas das cotações do algodão em pluma no mercado doméstico entre o final de junho e meados de outubro levaram os valores internos a se aproximarem da paridade de exportação. Com isso, os vendedores aproveitam para cumprir os contratos de exportação e também para efetivar novos negócios, especialmente para a temporada 2017/2018. Assim, há cerca de um mês, as cotações domésticas têm oscilado entre R$ 2,39 e R$ 2,42 por libra-peso. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de novembro, o embarque diário de pluma do Brasil está, em média, em 8,8 mil toneladas, 10% maior que em outubro/2017 e expressivos 90,4% superior ao registrado no mesmo período de 2016. Até o momento, foram exportadas 96,8 mil toneladas. Porém, se a média diária se mantiver, o total pode superar 175 mil toneladas no mês, que, se confirmado, será o maior embarque da história para um mês de novembro. Desde junho deste ano, as exportações somam 498,6 mil toneladas, o que representa quase 1/3 da produção colhida em 2017.

Considerando-se que o prazo de pagamento de custeio já se encerrou, exceto para aqueles que buscaram prorrogação, agora, há menos interesse de venda por parte de produtores, ou mesmo de tradings. Além disso, há meses, existem relatos sobre a diversidade da qualidade da pluma disponível, o que tende a se acirrar em anos de maior oferta. Talvez o bom ritmo das exportações possa contribuir para alavancar as negociações de pluma de qualidade inferior. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, se mantém firme nos últimos sete dias, com leve reação de 0,12%, cotado a R$ 2,40 por libra-peso. No acumulado de novembro, o Indicador está estável (-0,05%). A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 2,23 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Com as oscilações da taxa de câmbio (dólar x Real) e dos preços internacionais (Cotlook A e contratos futuros na Bolsa de Nova York), a disputa quanto às cotações foi fator limitante para novas efetivações de contratos a termo. Na média de novembro, o Indicador está apenas 7,7% maior que a paridade de exportação, a menor diferença desde fevereiro de 2016.

Na Bolsa de Nova York, há registro de significativa valorização nos últimos sete dias. O enfraquecimento do dólar frente às principais moedas internacionais favoreceu a exportação norte-americana, resultado também da boa demanda no cenário internacional. O contrato Dezembro/2017 registra alta de 3,61% nos últimos sete dias, 71,37 centavos de dólar por libra-peso. O vencimento Março/2018 apresenta avanço de 2,79%, a 70,85 centavos de dólar por libra-peso no mesmo período. O contrato Maio/18 registra aumento de 2,43%, a 71,61 centavos de dólar por libra-peso e o Julho/2018, de 2,2%, cotado a 71,97 centavos de dólar por libra-peso. Segundo informou o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), quanto às lavouras da temporada 2017/2018 norte-americana, 74% da área semeada dos Estados Unidos já foi colhida, 8% acima do observado no mesmo período de 2016 e apenas 2% superior à média dos últimos cinco anos. Fonte: Cepea. Adaptado por Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica.


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