Tendência altista para preços do algodão no Brasil

As negociações de lotes envolvendo pequenos volumes de algodão em pluma já têm sido suficientes para movimentar o mercado doméstico. Agentes de indústrias e comerciantes buscam novas aquisições para repor estoques e para atender aos compromissos firmados anteriormente. Além disso, muitos já se prepararam para a baixa oferta de transporte no período de festas de final de ano. Entretanto, os compradores mantêm a pressão quanto aos valores, sendo flexíveis nos preços apenas para os lotes com boas características. Do lado vendedor, os agentes estão firmes nos valores indicados pela pluma disponível, independente da qualidade do lote. Neste cenário, vários negócios são efetivados para embarque no curto prazo, enquanto outros continuam travados, devido à disparidade de preço e à qualidade. Assim, o Indicador CEPEA/ESALQ do algodão, com pagamento em 8 dias, ora foi sustentado pela posição firme de vendedores e ora influenciado pela pressão de compradores.

O Indicador CEPEA/ESALQ registra alta de 0,64% nos últimos sete dias, cotado a R$ 2,42 por libra-peso. No acumulado de novembro, o Indicador aumentou 0,59%. Persistem as queixas quanto à qualidade da pluma disponível, seja de características (como fibra e micronaire), cor ou até mesmo lotes de tipos variados, o que tem intensificado ainda mais a disputa entre os agentes. Alguns produtores afirmam que estão com boa parte da produção comprometida e, por isso, seguem apenas com os embarques de contratos realizados anteriormente. Quanto a comercialização futura, as empresas brasileiras têm realizado programações tanto para o início de 2018 como para a pluma da próxima temporada (2017/2018). Com o primeiro vencimento (Dezembro/2017) da Bolsa de Nova York acumulando alta de 5,51% nesta parcial de novembro e com a valorização de 1,14% do dólar frente ao Real no mesmo período, tradings aumentaram os valores indicados para a pluma vendida no mercado interno, no spot e também para entregas no próximo ano.

No entanto, para as exportações, vários lotes foram captados nos últimos dias, a maioria envolvendo o produto da safra 2017/2018. Ao mesmo tempo, outros fechamentos ainda não foram concretizados devido à disparidade de preço, mesmo que pequena, entre comprador e vendedor. A média parcial de novembro para os contratos de exportação referente à safra 2016/2017 foi de 74,60 centavos de dólar por libra-peso, para embarques programados entre novembro/2017 e março/2018, alta de 2,45% frente à média de outubro/2017. Para exportação no segundo semestre de 2018 (referentes à safra 2017/2018), a média parcial de novembro, de 74,38 centavos de dólar por libra-peso, registrou aumento de 2,66% frente à do mês anterior (72,45 centavos de dólar por libra-peso). A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 2,24 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Na Bolsa de Nova York, apesar das oscilações, todos os contratos acumulam altas nos últimos dias, influenciados pela boa demanda pela fibra norte-americana, expressas nos dados de exportação dos Estados Unidos, divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), uma vez que houve recuo do dólar frente às principais moedas internacionais. Nos últimos sete dias, o contrato Dezembro/2017 registra alta de 1,09%, cotado a 72,15 centavos de dólar por libra-peso. O vencimento Março apresenta avanço de 0,8%, a 71,42 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Maio/18 registra valorização de 0,88% no mesmo período, a 72,24 centavos de dólar por libra-peso e Julho/2018, 0,97%, cotado a 72,67 centavos de dólar por libra-peso. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 79% da área da temporada 2017/2018 norte-americana forma semeadas, 3% acima do observado no mesmo período de 2016 e apenas 1% superior à média dos últimos cinco anos. Fonte: Cepea. Adaptado por Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica.


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