Cotonicultores rejeitam importação sem o imposto

Os produtores de algodão decidiram não apoiar o pleito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) de isentar de imposto a importação de 30 mil toneladas de algodão até o fim de julho. A proposta foi discutida na semana passada, após a apresentação da solicitação na reunião da Câmara Setorial do Algodão. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), terá algodão suficiente para atender às demandas. O estado de São Paulo começa a colher algodão em abril. Se for importar algodão, vai levar 60 a 90 dias para chegar. Na Bahia, a colheita começa em maio e haveria condição de colher antes de chegar o algodão importado. A associação tentará ajudar a indústria a localizar os estoques remanescentes da safra 2016/2017, na qual o Brasil produziu 1,6 milhão de toneladas. A decisão da assembleia foi de apoiar a Abit buscando onde está esse algodão para atender à demanda e não apoiando o pedido de importação com isenção junto ao ministério.

Mesmo sem o apoio da Abrapa, a Abit pode fazer a solicitação à Câmara de Comércio Exterior, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), e o governo decidirá sobre o tema. Em 2017, a Abrapa apoiou a importação solicitada pela Abit. No ano passado houve frustração de safra e o pedido recebeu apoio. Neste ano, a produção foi 36% maior e a próxima safra será 20% maior do que a de 2016/2017. Em dois anos, a produção de algodão vai crescer 60%. Assim, os produtores não vêem necessidade da importação sem imposto, porque tem algodão no mercado para atender essas demandas. O primeiro algodão a ser colhido, em São Paulo, mesmo com o tempo de beneficiamento, deve começar a chegar ao mercado no fim de abril para atender às fábricas. A nova safra vai estar no mercado a partir de abril, então antes de chegar o algodão importado no Brasil terá algodão da nova safra. O algodão de 1ª safra foi plantado dentro do calendário indicado pelo zoneamento no País. Para o algodão da 2ª safra, 90% foram plantados dentro da janela, em excelentes condições. Para os 10% que foram plantados no mês de fevereiro, a expectativa ainda é de chuva boa no mês de maio.

Se ocorrer chuva em maio em Mato Grosso, não haverá problemas. A Abrapa estima um aumento de 25% na área plantada no Brasil. A produtividade não deve se igualar à do ano passado, de 1.745 Kg de pluma por hectare, mas continuará elevada, ficando entre 1.680 e 1.690 Kg de pluma por hectare. O clima favoreceu o desenvolvimento na maioria das regiões. O Estado que teve mais dificuldade de plantio foi Mato Grosso. Como atrasou a colheita da soja, atrasou o plantio do algodão, e os 10% de área finais ficaram fora da janela, mas plantar em fevereiro não é tão desfavorável. Na Bahia, segundo maior Estado produtor do Brasil, as condições do algodão neste momento estão melhores do que no ano passado na mesma época, e a expectativa é que o Estado tenha uma safra cheia. O Piauí também está com expectativa de boa produção. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica.


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