Tendência de alta do algodão com a oferta restrita

A baixa disponibilidade de pluma, especialmente de boa qualidade, e as intenções de compra mais evidentes que as de venda mantêm em alta os preços do algodão no mercado brasileiro. Em apenas sete dias, o Indicador do algodão CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra alta de 3,03%, a R$ 3,28 por libra-peso, atingindo o maior patamar nominal desde 25 de abril de 2011. Na parcial de abril, o Indicador acumula expressiva alta de 8,3%. No acumulado parcial deste ano, o aumento é de fortes 23,1%. Do lado comprador, indústrias e comerciantes demonstraram interesse por novas aquisições no spot, mas a disputa por preço e qualidade limita os fechamentos. Algumas indústrias adquirem lotes quando tradings se mostram flexíveis e, depois, se retraem do mercado.

Outros compradores seguem ativos, buscando novos lotes e pagando valores maiores para realizarem efetivações. Algumas indústrias, ainda, estão fora das compras, trabalhando com a pluma estocada ou a ser entregue. Agentes afirmam, inclusive, que há empresas se programando para parar um dos turnos de produção ou dar férias coletivas caso o estoque atinja o limite. Os vendedores, por sua vez, estão pouco presentes no mercado doméstico. Parte dos produtores afirma não ter mais pluma para ofertar no spot e, com isso, apenas finaliza os embarques da safra 2016/2017. Outros produtores seguem firmes nos valores indicados, mesmo para os lotes com alguma característica (como, micronaire, fibra curta ou cor). Tradings estão atentas às oscilações dos preços internacionais, ora mais flexíveis ora se retraídas. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 2,71 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Na parcial de abril, os preços internacionais e a paridade de exportação registram alta, considerando, ainda, a valorização do dólar frente ao Real. Na Bolsa de Nova York, apesar das fortes oscilações, todos os contratos acumulam alta nos últimos sete dias, exceto Maio/2018, que registra leve queda de 0,07%, a 83,19 centavos de dólar por libra-peso. Apesar da pressão para realização de lucros, a boa demanda pela pluma norte-americana prevalece. Nos últimos sete dias, o contrato Julho/2018 apresenta alta de 1,08%, a 8412 centavos de dólar por libra-peso; Outubro/2018, 2,45%, para 81,16 centavos de dólar por libra-peso e Dezembro/2018, tem alta de 1,03%, cotado a 79,35 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica.


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