Preços do algodão em alta e negociações pontuais

A negociação de algodão avança pontualmente, sustentada pela necessidade de comerciantes de adquirir a fibra para cumprir contratos com fábricas. As indústrias compram pouco e tentam alongar estoques. Ao mesmo tempo, o algodão da safra 2017/2018 de São Paulo começa a chegar ao mercado, ainda em volume pequeno. O Indicador Cepea/Esalq para pagamento em 8 dias está cotado a R$ 3,42 por libra-peso. No mês, a alta é de 2,77%. As fábricas estão relutando em pagar os preços atuais. Os comerciantes estão cumprindo compromissos de entrega para fábricas, mas demandam poucos volumes de algodão. Há registro de negócios a com algodão 41.4 a R$ 3,40 por libra-peso no spot. As fábricas estão abastecidas para maio. As indústrias reduziram a produção e esticaram o estoque. Algumas estão programando férias coletivas. Para junho, entretanto, ainda há fábricas precisando comprar algodão. O algodão da safra 2017/2018 de São Paulo já está chegando ao mercado, porque vendedores querem aproveitar os preços de agora.

No fim de maio, os produtores da Bahia e de Goiás começam a colher, mas a fibra ainda precisa ser beneficiada e só deve chegar ao mercado em maior volume no fim de junho. As indústrias brasileiras estão cautelosas quanto a novas aquisições de algodão em pluma no spot, à espera da chegada da safra 2017/2018, que, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), deve ser quase 22% maior do que a anterior, e de uma consequente queda nos preços. As queixas se concentram na dificuldade de repasse das altas nas cotações da pluma para os derivados, como fio. Apesar da resistência de boa parte das indústrias em pagar os valores indicados por vendedores, o preço da fibra segue em alta no mercado doméstico nos primeiros dias de maio. A pouca disponibilidade de pluma e a baixa qualidade da maioria dos lotes justificam a valorização no spot, pois indústrias com necessidades imediatas de repor seus estoques arremataram alguns lotes. Para entrega a partir de agosto e setembro, os vendedores indicam R$ 3,00 por libra-peso ou mais por algodão 41.4. Mas, as fábricas estão relutando em pagar este valor porque têm a expectativa de que o preço pode cair.

A indicação de compradores está entre R$ 2,50 e R$ 2,70 por libra-peso. Para exportação, há interesse de compra por 800 pontos acima do vencimento dezembro de 2018 FOB no Porto de Santos (SP). A evolução da safra 2017/2018 continua favorável, mas há temores com o clima mais seco em algumas áreas produtoras. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o clima está seco e com altas temperaturas em parte do Estado. Com o solo ainda apresentando umidade em decorrência dos bons volumes de chuvas nos meses anteriores, juntamente à alta incidência de luz solar nos últimos dias, as lavouras semeadas dentro da janela ideal continuam exibindo desenvolvimento satisfatório na maioria das regiões produtoras. No entanto, levando em consideração que a previsão pluviométrica para o mês de maio está escassa em relação ao que foi visto no mesmo período do ano passado, salvo a região oeste, este é um momento de atenção para as áreas semeadas após o mês de março e que daqui para frente ainda necessitam de umidade para o bom desenvolvimento das lavouras até o início da colheita.

Os fundamentos de oferta e demanda apontam para preços firmes neste ano. A previsão do Comitê Internacional de Algodão (ICAC) é de que a demanda da safra 2018/2019 deverá ser maior que a oferta, o que restringirá os estoques mundiais da pluma. Quanto à negociação antecipada da safra 2018/2019, os compradores indicam 400 pontos acima do contrato dezembro de 2019 FOB no Porto de Santos (SP). Mas, os vendedores estão retraídos. Uma parte da safra já foi negociada, mas, como o preço está subindo, eles preferem aguardar. O cenário favorável de preços internacionais e desvalorização do Real devem gerar um quadro positivo para o crescimento da área de algodão no Brasil para a safra 2018/2019. Na Bolsa de Nova York, os futuros de algodão fecharam em alta nesta quarta-feira (09/05). O vencimento julho subiu 48 pontos (0,56%) e fechou a 85,86 centavos de dólar por libra-peso. Nos últimos sete dias, a valorização da fibra chega a 1,39%. Os ganhos foram sustentados pelo fortalecimento do petróleo, que torna fibras sintéticas menos competitivas e estimula a demanda por algodão. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica.


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