Tendência de alta do preço do algodão reduz ritmo

Os preços do algodão em pluma seguem em alta, mas em menor intensidade. Isso porque, mesmo com a baixa oferta das safras 2016/2017 e 2017/2018 no spot, parte das indústrias está fora do mercado, na expectativa de que o avanço da colheita eleve a disponibilidade interna e, também, as entregas de contratos. Na parcial deste mês, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra leve alta de 0,89%, cotado a R$ 3,78 por libra-peso. No mesmo período de maio/2018, a alta já tinha sido de 5,06%. Na parcial de 2018, o Indicador registra forte elevação de 42%. Do lado vendedor, os agentes estão atentos à colheita, que foi iniciada lentamente na Bahia, enquanto em São Paulo as atividades já chegam a 70% da área, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Nos últimos dias, especificamente, o clima frio intercalado com poucos dias de sol em Mato Grosso e na Bahia, maiores Estados produtores, podem retardar o desenvolvimento da lavoura e o início da colheita.

Quanto aos compradores, as indústrias alegam dificuldades no repasse das altas na matéria-prima aos derivados e fraco desempenho desse mercado. Assim, enquanto algumas trabalham com a pluma contratada, outras negociam fios. Há casos em que a produção foi paralisada para evitar comprar no spot. No geral, os agentes afirmam que seguem as dificuldades de entregas de produtos já contratados e negociações futuras, devido às incertezas quanto aos valores de fretes a serem praticados atualmente e no futuro. Desde o início das projeções da safra 2017/2018 a Conab vem realizando ajustes positivos. Em maio, a produção brasileira de algodão foi prevista em 1,959 milhão de toneladas na safra 2017/2018, avanços de 0,9% frente ao relatório anterior e de expressivos 28,1% em relação à temporada 2016/2017. Esse volume é resultado de um aumento de 25,2% na área semeada (1,176 milhão de hectares) e da alta de 2,3% da produtividade (de 1.666 Kg por hectares) frente à safra 2016/2017.

As lavouras de Mato Grosso seguem em bom desenvolvimento e a colheita está prevista para ser iniciada em meados de junho. A produtividade esperada é 1,8% maior que a da safra anterior (1.640 Kg por hectare) e a área, em 777,8 mil hectares, 23,9% superior à safra anterior. Dessa forma, a produção de Mato Grosso deve chegar a 1,275 milhão de toneladas. Na Bahia, a área projetada é de 265,1 mil hectares, 31,5% maior que a temporada 2016/2017. A produtividade na região deve aumentar 2,7%, para 1.764 Kg por hectare. Em abril/2018, projetava-se recuo de 0,7% frente à safra anterior. Nesse cenário, a produção da Bahia na safra 2017/2018 deve somar 467,6 mil toneladas, expressivos 35,1% acima da anterior. Em São Paulo, a colheita deve se estender até meados de junho. Entre 65% e 70% da área já foi colhida e desse total, 40% beneficiado. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), registra média de R$ 3,27 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Apesar das oscilações ao longo da última semana, todos os contratos na Bolsa de Nova York registram alta. O clima seco no Texas, principal região produtora de pluma nos Estados Unidos, e a expectativa de aumento nas importações da China puxaram as cotações. Nos últimos sete dias, o vencimento Julho/2018 registra se valorizou 2,88%, cotado a 94,75 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Outubro/2018 registra aumento de 0,92%, a 92,58 centavos de dólar por libra-peso; Dezembro/2018, alta de 0,81%, para 91,68 centavos de dólar por libra-peso e Março/2019, de 0,98%, cotado a 91,58 centavos de dólar por libra-peso. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os embarques recuaram pelo sétimo mês consecutivo. De abril para maio, a queda foi de 35,4%, chegando a 18,5 mil toneladas e, frente a maio/2017, o volume está 5,6% inferior (19,6 mil toneladas).

Em maio/2018, o faturamento foi de US$ 33,8 milhões, 32,7% inferior ao de abril/2018 e apenas 5,7% abaixo do de maio/2017 (US$ 35,8 milhões). O preço médio, de 82,84 centavos de dólar por libra-peso, registrou aumento 4,2% frente ao mês anterior, mas esteve apenas 0,1% inferior ao preço médio de maio/2017. Em moeda nacional, a receita foi de R$ 122,9 milhões em maio/2018, 28,1% menor que os R$ 171,1 milhões do mês anterior, e somente 6,8% abaixo dos R$ 115,1 milhões de maio/2017. Em relação à importação, o volume chegou a 2,06 mil toneladas em maio/2018, aumento de 34,2% no comparativo com o mês anterior, mas com queda de 72,3% frente aos dados de maio/2017, quando atingiu quase 8 mil toneladas. Em maio/2018, o preço médio de importação foi de 80,02 centavos de dólar por libra-peso, recuo de 0,5% se comparado ao de abril, mas 0,8% acima dos 89,35 centavos de dólar por libra-peso de um ano atrás. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.


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