Tendência de baixa do algodão com a oferta maior

Os preços do algodão em pluma caíram ao longo de julho no mercado interno, pressionados pelo avanço da colheita da safra 2017/2018 e pela redução das ofertas de compra de novos lotes no spot por parte de indústrias. Algumas empresas têm buscado adquirir apenas lotes de pequenos volumes para embarque imediato, enquanto outras seguem atentas às entregas de contratos firmados, que ainda ocorrem em ritmo lento. Do lado vendedor, agentes se dividem entre atender aos compromissos e ao mercado spot. No geral, vários lotes ainda apresentam alguma característica, como fibra, resistência e especialmente de micronaire.

Com isso, a disputa entre compradores e vendedores quanto ao preço e à qualidade dos lotes esteve acirrada ao longo de julho. Em julho, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, acumulou queda de 6,97%, fechando o mês a R$ 3,35 por libra-peso. Nos últimos sete dias, o Indicador registra baixa de 0,9%. A média do Indicador no mês de julho é de R$ 3,42 por libra-peso, 8,8% menor que a média de junho/2018, mas ainda é 24,69% superior à de julho/2017, em termos reais (dados atualizados pelo IGP-DI de junho/2018). Quanto às negociações futuras, agentes estiveram mais presentes no mercado na segunda quinzena de julho, período em que os preços internacionais registraram altas.

A liquidez é maior para entregas nos mercados doméstico e exportação, envolvendo especialmente lotes da safra 2018/2019, mas também foram captados negócios envolvendo a pluma das temporadas atual (2017/2018) e 2019/2020. Os contratos são fixados em moeda nacional, em dólar, no Indicador CEPEA/ESALQ e com base na Bolsa de Nova York. De acordo com dados da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), 75,9% da safra brasileira 2016/2017, estimada em 1,529 milhão de toneladas, teria sido comercializada até o dia 31 de julho. Deste total, 62,3% foram direcionados ao mercado interno, 27,3%, ao externo e 10,5%, para contratos flex (exportação opção para mercado interno).

Para a próxima temporada, dados indicam que ao menos 52,4% da produção de 2017/2018 (projetada em 1,965 milhão de toneladas) foi comercializada no mesmo período, sendo 51,1% ao mercado doméstico, 34,7%, para exportação e 14,3%, para contratos flex. Em julho, os preços de exportação para embarque entre agosto e dezembro/2018 tiveram média de 89,32 centavos de dólar por libra-peso, 2,78% abaixo dos captados em junho/2018, de 91,87 centavos de dólar por libra-peso. Para exportação no segundo semestre de 2019 (referentes à safra 2018/2019), a média está em 81,51 centavos de dólar por libra-peso, recuo de 2,64% frente à do mês anterior (81,51 centavos de dólar por libra-peso).

No mês de julho, a média da paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente foi de R$ 3,18 por libra-peso. Na Bolsa de Nova York, todos os contratos acumularam alta em julho. A disputa tarifária entre os Estados Unidos e a China, o clima desfavorável às lavouras da safra 2018/2019 e a boa demanda da pluma norte-americana deram suporte às valorizações. No mês de julho, o vencimento Outubro/2018 registrou alta de 5,61%, a 89,95 centavos de dólar por libra-peso; o contrato Dezembro/2018 avançou 6,29%, para 89,20 centavos de dólar por libra-peso.

O contrato Março/2019 subiu 6,31%, a 88,94 centavos de dólar por libra-peso e o Maio/2019 teve alta 6,09%, a 88,82 centavos de dólar por libra-peso O contrato Julho/2018, encerrado no dia 9 de julho, teve elevação de 2,08%, para 87,16 centavos de dólar por libra-peso. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou, na segunda-feira (30/07), que 88% da área dos Estados Unidos já floresceu e em 49% do total já houve formação de maçãs. Em relação à qualidade das lavouras, 43% estão em boas e ótimas condições, abaixo dos 56% do ano anterior; 27%, em medianas, 3% abaixo do observado em 2017, e 30%, em ruins e péssimas condições, contra apenas 14% no ano anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.


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