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Os valores internos do algodão em pluma seguem em queda, influenciados pela maior flexibilidade de vendedores ao ofertar lotes da safra 2017/2018, principalmente para os lotes com características (como micronaire e fibra). Após acumular queda de 7,57% em julho, somente nos últimos sete dias, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, apresenta recuo de 1,29%, cotado a R$ 3,30 por libra-peso. Boa parte dos compradores demonstra interesse em adquirir apenas lotes de pequenos volumes de pluma para embarque imediato. Outros estão cautelosos nas novas aquisições, na expectativa de preços menores com a maior disponibilidade da temporada nas próximas semanas. No geral, os produtores estão voltados à colheita e ao beneficiamento da nova temporada, atentos também ao clima nesta fase final das lavouras. Outros estão retraídos no spot, realizando entregas de contratos firmados anteriormente. Para as negociações futuras, a comercialização está em bom ritmo nos últimos dias, tanto para pluma destinada ao mercado interno como para o externo.
Há produtores que estão com boa parte da safra 2017/2018 comprometida. A realização de “barter” por parte de alguns agentes elevou a liquidez envolvendo o algodão da próxima temporada (2018/2019). A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 3,19 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Nos últimos sete dias, os quatro primeiros contratos na Bolsa de Nova York estão sendo pressionados pelo enfraquecimento da exportação norte-americana, pela tensão comercial entre os Estados Unidos e a China e pela realização de lucros. Nos últimos sete dias, o vencimento Outubro/2018 registra baixa de 1,4%, cotado a 88,69 centavos de dólar por libra-peso; o contrato Dezembro/2018 apresenta queda de 0,90%, a 88,40 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Março/2019 acumula baixa de 0,62%, para 88,39 centavos de dólar por libra-peso e o Maio/2019, queda de 0,34%, cotado a 88,52 centavos de dólar por libra-peso.
De acordo com informações divulgadas na segunda-feira (06/08) pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 92% da área do país já floresceu, 60% do total já houve formação de maçãs e em 9% das lavouras já houve abertura das maçãs. Em relação à qualidade das lavouras norte-americanas, 40% estão em boas e ótimas condições, abaixo dos 57% do ano anterior; 28%, em medianas, 1% abaixo do observado em 2017, e 32%, em ruins e péssimas condições, contra apenas 14% no ano anterior. Relatório do Comitê Internacional do Algodão (Icac), divulgado no dia 1º de agosto, reajustou para cima a produção mundial 2017/2018, para 26,87 milhões de toneladas, crescimento de 16,4% frente à anterior, impulsionado pela expansão na área semeada e pelo clima favorável nos maiores produtores mundiais, como Índia, China, Estados Unidos, Brasil e Paquistão. O consumo mundial poderá atingir 26,38 milhões de toneladas, aumento de 7,6% comparada à de 2016/2017.
Para o estoque mundial, espera-se alta de 2,6% no mesmo período e na comercialização, 11,8%. Com o esperado crescimento na demanda mundial, o consumo para 2018/2019 poderá atingir recorde de 27,5 milhões de toneladas, 4,1% maior que a safra anterior. A produção está estimada em 25,9 milhões de toneladas, queda de 3,6%, devido à redução na área semeada. Com maior consumo e menor produção, o estoque mundial está projetado em 17,71 milhões de toneladas, 8,2% menor que na safra 2017/2018. O estoque da China poderá ficar em 7,5 milhões de toneladas, o que representa queda pelo quinto ano consecutivo, e o estoque dos demais países, deve permanecer estável, em 10,1 milhões de toneladas. Para a comercialização mundial, espera-se volume de 9,47 milhões de toneladas, aumento de 4,3%. A crise nas relações comerciais entre China e Estados Unidos poderá causar grande mudanças na dinâmica de comercialização mundial. O prêmio de 25% da China poderá levar os Estados Unidos, maior exportador mundial, a buscar novos mercados para sua fibra, enquanto outros grandes exportadores, como o Brasil, devem absorver o vazio, aumentando seus embarques para a China, maior importador global.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a importação chegou a 7,9 mil toneladas em julho/2018, aumento de expressivos 95,7% no comparativo com o mês anterior e expressivamente acima das 920 toneladas embarcadas em junho/2017. Em julho/2018, o preço médio de importação foi de 80,63 centavos de dólar por libra-peso, alta de 2,2% se comparado ao do mês anterior, mas 4,7% abaixo dos 84,57 centavos de dólar por libra-peso de um ano atrás. Em relação à exportação, os embarques recuaram pelo nono mês consecutivo, chegando ao menor volume desde junho/2011, quando foram embarcadas apenas 2,6 mil toneladas. De junho para julho, a queda foi de 1,3%, chegando a 8,7 mil toneladas e, frente a julho/2017, o volume foi 54,9% inferior (19,3 mil toneladas). Em julho/2018, o faturamento foi de US$ 16,1 milhões, 1% inferior ao faturamento de junho/2018 e 48,8% abaixo do de julho/2017, de US$ 31,4 milhões. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.