Preço do algodão em queda e mais exportações

As altas recentes do dólar, que segue acima de R$ 4, têm feito com que o algodão que está sendo colhido, beneficiado e entregue por produtores para tradings seja direcionado pelas multinacionais para o exterior. Em meio à pressão do avanço da colheita no País, o preço interno continua caindo, o que tem feito com que cotonicultores deem prioridade ao cumprimento de contratos e à fixação de volumes para exportação. Com isso, poucos lotes são ofertados para pronta entrega. O indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias está cotado a R$ 3,18 por libra-peso. As negociações no disponível seguem travadas. Os produtores estão direcionando a produção para cumprir contratos feitos anteriormente, principalmente para exportação, com o embalo da valorização do dólar.

Há pouca comercialização no mercado interno. Há uma discrepância entre os preços oferecidos no mercado doméstico e as pedidas das tradings para negociar internamente. Como Nova York cedeu significativamente, caindo de 89 centavos de dólar por libra-peso para 83 centavos de dólar por libra-peso, essa diferença vem basicamente do câmbio. Enquanto o câmbio permanecer dessa forma, dificilmente esse mercado anda, porque o comprador, na esperança de que o dólar recue, fica sem tomar posição, inclusive os próprios recebimentos estão sendo protelados, porque tem que fixar o valor com base no câmbio do dia do faturamento. Os produtores, por outro lado, estão ofertando internamente agora apenas os lotes que não conseguem entregar para exportação.

As fábricas ficam querendo o que há de melhor, mas quem rege o mercado de algodão são as tradings, que receberam algodão dentro do padrão e estão mandando para o exterior. Alguns vendedores chegam a buscar R$ 3,18 centavos de dólar por libra-peso, mas nesse nível de preço quase não há compradores. Para o mercado registrar maior volume de negócios, os preços precisariam estar na faixa de R$ 3,30 a R$ 3,40 por libra-peso. A partir de outubro, o mercado interno começa a aquecer após a maior parte dos contratos antecipados serem cumpridos em agosto e setembro. Ainda assim, pode ressurgir interesse em novos contratos de exportação. O algodão brasileiro tem qualidade excelente e é barato no exterior. Ao que tudo indica o Brasil deverá exportar até março do ano que vem.

A negociação antecipada avança pouco. Os compradores têm indicado R$ 3,00 centavos de dólar por libra-peso para entrega no início do ano. Mas, como o índice Esalq está bem acima, o produtor aposta que o preço vai se manter em torno de R$ 3,20 centavos de dólar por libra-peso, e a indústria está apostando que vai baixar. Para a safra 2018/2019, os compradores indicam 350 pontos acima do vencimento dezembro do ano que vem FOB no Porto de Santos, mas vendedores pedem 500 a 600 pontos acima. Já para a safra 2019/2020, a referência de compra era de 300 pontos a 350 pontos sobre o contrato dezembro de 2020 em Santos. Contudo, a ideia de venda é de 500 pontos acima. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.


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