Tendência de baixa do algodão com a maior oferta

Com a postura mais flexível de vendedores e a retração de compradores, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 1,82% nos últimos sete dias, cotado a R$ 3,10 por libra-peso. Na parcial de outubro, a queda é de 2,87%. A média mensal, de 3,15 por libra-peso está 0,93% inferior à média de setembro/2018, mas 20,2% acima da média de outubro/2017 (valores atualizados pelo IGP-DI de setembro/2018). A comercialização está lenta no mercado de algodão em pluma. Indústrias e comerciantes estão recuados das aquisições no spot, ora devido às características dos lotes disponibilizados, ora na expectativa de novas quedas nos preços. Boa parte dos lotes ofertados apresenta alguma característica. Do lado vendedor, os produtores estão pouco ativos no spot, dando sequência às entregas de contratos aos mercados interno e externo.

Assim, muitas vezes, as ofertas têm sido de lotes não aprovados para cumprir os acordos firmados anteriormente. Tradings, por sua vez, estão mais presentes no mercado doméstico, atentas à valorização do Real frente ao dólar. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 2,79 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. As negociações futuras também estão enfraquecidas. Para o mercado doméstico, a maioria envolve lotes da safra 2017/2018 e entregas no primeiro semestre de 2019. Para exportação, as efetivações envolvem principalmente a pluma da safra 2018/2019 e entrega no segundo semestre de 2019, e alguns da safra 2017/2018. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgados no dia 11 de outubro indicam que a área brasileira a ser semeada na safra 2018/2019 deve aumentar de 8,2% a 20,4% frente à temporada anterior (2017/2018).

Com isso, a produção nacional pode somar de 2,08 a 2,32 milhões de toneladas, crescimento entre 3,9% e 15,7%. Entretanto, a produtividade média está estimada em 1.639 quilos por hectare, queda de 4% em relação à observada na safra anterior. Em Mato Grosso, especificamente, a área a ser semeada na safra 2018/2019 poderá ser de 5% a 20% maior que a da temporada anterior. A colheita poderá atingir de 1,35 a 1,55 milhão de toneladas, aumento entre 5,3% e 20,3% no mesmo comparativo. Na Bahia, o crescimento na área semeada pode ficar entre 13,8% e 21,4% frente à safra 2016/2017. Mesmo assim, a produção poderá oscilar entre queda de 4,4% e leve aumento de 2%. Isto porque a previsão é de forte diminuição na produtividade média, de 16% (1.588 quilos por hectare).

Na Bolsa de Nova York, todos os contratos registram alta nos últimos dias, apesar do bom ritmo da colheita e do aumento na previsão da produção nos Estados Unidos feita pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Em termos mundiais, as revisões foram negativas para a produção e estoque. Outro fator que alicerçou as altas foi a passagem do furação Michael na Geórgia. Nos últimos sete dias, o contrato Dezembro/2018 registra alta de 1,51%, cotado a 78,72 centavos de dólar por libra-peso. O vencimento Março/2019 apresenta avanço de 1,72%, a 79,84 centavos de dólar por libra-peso; o Maio/2019, alta de 1,82%, indo para 80,65 centavos de dólar por libra-peso; e o contrato Outubro/2019 registra valorização de 1,31% nos últimos sete dias. Dados do USDA, divulgados no dia 11 de outubro, indicam que a produção mundial na safra 2018/2019 deve atingir 26,48 milhões de toneladas, volume 1,52% menor que o da temporada anterior.

O consumo poderá ser recorde, de 27,8 milhões de toneladas, 3,6% acima da safra 2017/2018. Assim, o estoque mundial foi rebaixado, passando para 16,2 milhões de toneladas, queda de 8%. A comercialização mundial poderá ser de 9 milhões de toneladas, aumento de 0,84% nesta temporada. Para a safra 2017/2018, a produção mundial permanece estável em 26,89 milhões de toneladas, 15,8% maior que na temporada 2016/2017. O consumo está previsto em 26,84 milhões de toneladas, crescimento de 6,1% no mesmo período. O estoque foi rebaixado, pressionado pela revisão no estoque da Índia, ficando em 17,6 milhões de toneladas, praticamente estável (+0,05%). A comercialização mundial é estimada em 8,9 milhões de toneladas, aumento de 8,7% frente à temporada 2016/2017. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.


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