Tendência baixista dos preços do algodão no Brasil

O Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra queda expressiva de 2,87% nos últimos sete dias, cotado a R$ 3,01 por libra-peso, retomando patamares de meados de março/2018, em termos nominais. Esta é a terceira semana consecutiva de baixa. Na parcial de outubro, o recuo chega a 5,66%. A média parcial mensal, de R$ 3,12 por libra-peso, está 2,14% inferior à média de setembro/2018, mas 18,73% acima da média de outubro/2017 (valores atualizados pelo IGP-DI de setembro/2018). O movimento no mercado spot segue lento e as negociações envolvem, na maioria dos casos, pequenos volumes. Os compradores demonstram baixo interesse por novas efetivações, insatisfeitos quanto às vendas dos derivados, sejam fios ou produtos acabados. Outro fator que dificulta a venda de pluma no spot é a heterogeneidade dos lotes disponibilizados por parte dos vendedores, com vários apresentando características de cor, micronaire ou fibra.

Do lado vendedor, os agentes baixaram ainda mais as ofertas, atentos à desvalorização do dólar frente ao Real e às oscilações dos contratos na Bolsa de Nova York, que registravam queda até o dia 19 de outubro, mas se recuperaram no início desta semana. Nos últimos sete dias, o Real se valorizou 1,23% e, na parcial de outubro, expressivos 8,73%. Nesse cenário, a comercialização de contratos futuros também segue lenta, com poucos negócios captados, sejam para entregas no mercado doméstico ou para exportação. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR) é de R$ 2,80 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até o final da terceira semana deste mês, a média diária dos embarques esteve em 7,2 mil toneladas, 88% maior que a média de setembro/2018, mas 10% menor que no mesmo período de 2017.

Em faturamento, a média diária está em US$ 12,4 milhões, 84,9% superior que os US$ 6,7 milhões do mês anterior. Quanto ao preço médio deste mês em dólares, houve recuo de 1,67% em relação ao preço médio de setembro/2018, a US$ 1.727,70 por tonelada e, em Reais, foi de R$ 6.547,80 por tonelada, queda de 9,3% no mesmo período. Todos os contratos na Bolsa de Nova York registram alta nos últimos sete dias. A possibilidade de perdas com a passagem do furacão Geórgia, a previsão de clima instável no Texas e o aumento do petróleo no mercado internacional motivaram o impulso. O contrato Dezembro/2018 apresenta avanço de 1,65% nos últimos sete dias, cotado a 80,02 centavos de dólar por libra-peso. O vencimento Março/2019 registra elevação de 2%, a 81,45 centavos de dólar por libra-peso; o Maio/2019, de 2,2%, indo para 82,39 centavos de dólar por libra-peso; e o contrato Outubro/2019 registra alta de 1,69%, cotado a 79,60 centavos de dólar por libra-peso.

De acordo com o relatório de acompanhamento de safra do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), publicado no dia 22 de outubro, houve abertura de maçãs em 88% da área da safra 2018/2019 no país. A colheita atinge 39% do total, acima da média dos últimos cinco anos, de 33%. Em relação à qualidade das lavouras norte-americanas, 34% estão em boas e ótimas condições, abaixo dos 56% do ano anterior; 33%, em medianas, 3% acima do observado em 2017, e 33%, em ruins e em péssimas condições, contra somente 14% no ano anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.


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