Tendência de baixa do algodão com a oferta maior

Os preços do algodão em pluma seguem em queda no mercado doméstico há quatro semanas consecutivas. A postura recuada de compradores, especialmente de indústrias, e a intenção vendedora mais evidente são os principais fatores de pressão. Verifica-se que os vendedores estão mais flexíveis nos valores de venda devido à menor qualidade da pluma ofertada. Neste cenário, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de expressivos 7,49% de 28 de setembro a 29 de outubro, cotado a R$ 2,95 por libra-peso. Nos últimos sete dias, a queda é de 1,94%. A média mensal de outubro, de R$ 3,09 por libra-peso, foi 3,01% inferior à média de setembro/2018, mas 17,67% acima da média de outubro/2017 (valores atualizados pelo IGP-DI de setembro/2018). No geral, o mês de outubro foi marcado pela disputa quanto ao preço e à qualidade. As compras efetivadas envolvem pequenos volumes, visto que demandantes têm expectativa de aumento na oferta nas próximas semanas e de consequente quedas nos preços. Já outras empresas estão fora de mercado.

Do lado vendedor, mesmo dentre esses agentes mais flexíveis, alguns se retraíram do mercado diante do baixo valor ofertado por compradores. Quanto à comercialização futura, alguns fechamentos foram realizados, especialmente a valores fixos (Real ou dólar) para entregas em 2019, seja no primeiro ou segundo semestre (safra 2018/2019). Para a exportação, negociações também foram efetivadas, sendo grande parte para as temporadas 2018/2019 e 2019/2020. Contudo, a postura desses agentes foi cautelosa, devido às oscilações do dólar e dos preços internacionais. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR) é de R$ 2,80 por libra-peso, com base Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Em outubro, a paridade caiu expressivos 9,68% e o dólar se desvalorizou 8,26% frente ao Real. No mês de outubro, os preços das exportações para embarque entre outubro e dezembro/2018 tiveram média de 79,03 centavos de dólar por libra-peso, 4,32% abaixo dos valores captados em setembro/2018 (82,59 centavos de dólar por libra-peso).

Para exportação no segundo semestre de 2019 (referentes à safra 2018/2019), a média das informações captadas em outubro/2018 foi de 77,09 centavos de dólar por libra-peso, recuo de apenas 0,34% frente à média do mês anterior (de 77,36 centavos de dólar por libra-peso). De acordo com dados da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), 58,5% da safra brasileira 2017/2018, estimada em 2,005 milhões de toneladas, teria sido comercializada até o dia 30 de outubro. Deste total, 54,3% foram direcionados ao mercado interno, 32,7%, ao externo e 13%, para contratos flex (exportação com opção para mercado interno). Para a próxima temporada, dados indicam que 20% da produção de 2018/2019 (projetada em média de 2,202 milhão de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento) foi comercializada no mesmo período, sendo 54,9% ao mercado doméstico, 17%, para exportação e 28,2%, para contratos flex.

Na Bolsa de Nova York, todos os contratos registram queda nos últimos sete dias. O clima favorável ao andamento da colheita nos Estados Unidos e a queda do petróleo no mercado internacional são fatores de pressão. O contrato Dezembro/2018 registra recuo de 3,26% nos últimos sete dias, cotado a 77,17 centavos de dólar por libra-peso. O vencimento Março/2019 apresenta queda de 3,43%, a 78,66 centavos de dólar por libra-peso; o Maio/2019, de 3,22%, indo para 79,74 centavos de dólar por libra-peso; e o Outubro/2019 registra baixa de 2,45% no mesmo comparativo, cotado a 77,65 centavos de dólar por libra-peso. Quanto à safra 2018/2019 nos Estados Unidos, já houve abertura de maçãs em 91% da área, com a colheita atingindo 44% do total até o dia 28 de outubro, apenas 1% acima da média dos últimos cinco anos. Em relação à qualidade das lavouras norte-americanas, 35% estão em boas e ótimas condições, abaixo dos 55% do ano anterior; 31%, em medianas, 1% acima do observado em 2017, e 34%, em ruins e em péssimas condições, contra somente 15% no ano anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.


Voltar

Copyright 2018 Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica
Todos os direitos reservados.