Preços do algodão recuam e comercialização trava

Os negócios com algodão avançam de forma pontual no Brasil. Os compradores aguardam para ver como ficará o câmbio durante a transição de governos para então adquirirem volumes maiores. Muitas indústrias grandes estão recebendo volumes contratados antecipadamente e se mantêm fora das negociações. O indicador Cepea/Esalq, com pagamento em 8 dias, está cotado a R$ 2,95 por libra-peso. Os preços do algodão estão recuando há quatro semanas consecutivas. A queda acumulada no mês é de 7,64%. As negociações são apenas pontuais no disponível. Grandes indústrias estão recebendo algodão de contratos fechados antecipadamente a preços mais baixos do que o Esalq atual. Alguns acordos têm sido fechados para fábricas de menor porte. A postura recuada de compradores, especialmente de indústrias, e a intenção vendedora mais evidente são os principais fatores de pressão sobre as cotações do algodão.

Os vendedores estão mais flexíveis nos valores de venda devido à menor qualidade da pluma ofertada. Mas, mesmo dentre esses agentes mais flexíveis, alguns se retraíram do mercado diante do baixo valor ofertado por compradores. Existe demanda para entrega de janeiro em diante, mas o produtor não mostra interesse nesse tipo de negociação. Os produtores têm a expectativa de que o mercado deve se reaquecer na volta do ano-novo, quando produtores tiverem maior clareza sobre o que sobrará de algodão após o cumprimento de contratos e indústrias tiveram uma percepção melhor sobre o consumo a partir das perspectivas macroeconômicas do País. Para entrega no primeiro semestre do ano que vem, a indicação de tradings está entre R$ 3,16 e R$ 3,20 por libra-peso, mas indústrias não aceitavam pagar esse valor, porque acreditam que, se o dólar recuar mais, podem adquirir algodão por valores mais baixos. Para a safra 2018/2019, a negociação é lenta.

Os compradores indicam entre 400 a 500 pontos acima do vencimento dezembro na Bolsa de Nova York FOB no Porto de Santos (SP). Os vendedores não desejam negociar agora, porque consideram os valores pouco remuneradores. Na Bolsa de Nova York, os futuros de algodão fecharam perto da estabilidade nesta quarta-feira (31/10). O vencimento dezembro cedeu 4 pontos (0,05%) e fechou a 76,86 centavos de dólar por libra-peso. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que 44% da safra do país tinha sido colhida até o dia 28 de outubro, ante 43% na média de cinco anos e 45% um ano atrás. Do lado da demanda, exportadores venderam 40.600 fardos de algodão da safra 2018/2019 na semana encerrada no dia 18 de outubro, aumento de 24% ante a semana anterior, mas queda de 27% ante a média das quatro semanas anteriores. Para a safra 2019/2020, as vendas dos Estados Unidos totalizaram 4.600 fardos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.


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