Tendência de preços mais estáveis para o algodão

Os preços ofertados por compradores e os pedidos por vendedores e a qualidade da pluma disponibilizada no mercado interno têm apresentado fortes disparidades. Diante disso, os valores da pluma vêm registrando oscilações neste final de novembro. O Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra leve queda de 0,04% nos últimos sete dias, cotado a R$ 2,95 por libra-peso. Na parcial de novembro, contudo, a alta é de apenas 0,1%. A média mensal parcial, de R$ 2,94 por libra-peso, está 4,15% inferior à média de outubro/2018, mas 11,31% acima da média de novembro/2017, em termos reais (valores atualizados pelo IGP-DI de outubro/2018). A maioria das indústrias ativas oferta valor abaixo do pedido por vendedor. No entanto, em casos de maior necessidade, esses compradores acabam sendo mais flexíveis ou cedem no preço ou na qualidade. Algumas empresas alegam dificuldade em encontrar a pluma dentro dos parâmetros desejados.

Outros agentes da indústria se mantêm retraídos do mercado, utilizando o produto em estoque e/ou de contratos realizados anteriormente. Nesse cenário, os negócios efetuados envolvem pequenos volumes para embarque imediato. Comerciantes, por sua vez, relatam dificuldades em realizar novos fechamentos no spot, visto que a pluma disponibilizada é de lote reprovado e que, portanto, apresenta tipos mistos e características, como cor, micronaire e fibra. Os produtores seguem atentos ao beneficiamento da temporada 2017/2018, que, por sua vez, já está com boa parte da produção comprometida. Esses produtores realizam embarques de pluma, tanto para o mercado interno como para o externo. Quanto à comercialização futura, algumas indústrias buscam lotes para o primeiro semestre de 2019, a valores fixos e também baseados no Indicador. No entanto, o ritmo de fechamento está lento até mesmo para a pluma das duas próximas temporadas (2018/2019 e 2019/2020).

De acordo com dados da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), 60,4% da safra brasileira 2017/2018, estimada em 2,005 milhões de toneladas, teria sido comercializada até o dia 26 de novembro. Deste total, 55,4% foram direcionados ao mercado interno, 32,1%, ao externo e 12,6%, para contratos flex (exportação com opção para mercado interno). Para a próxima temporada, dados indicam que ao menos 21,3% da produção de 2018/2019 (projetada em média de 2,247 milhão de toneladas pela Conab) foi comercializada no mesmo período, sendo 51,6% ao mercado doméstico, 21,5%, para exportação e 26,9%, para contratos flex. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até o final da quarta semana deste mês, a média diária dos embarques esteve em 10,7 mil toneladas, 45% maior que a média de outubro/2018 e 37% acima da média de novembro/2017. Com esse ritmo, nos 15 dias úteis de novembro, foram embarcadas 161,1 mil toneladas, apenas 1,2% inferior ao total exportado em outubro/2018 e 3,1% superior ao de novembro/2017.

Em faturamento, a média diária está em US$ 18,7 milhões, 45% superior aos US$ 12,9 milhões do mês anterior. O preço médio em dólar está em US$ 1.737,00 por tonelada em novembro, aumento de apenas 0,1% em relação a outubro/2018, mas 7,8% superior ao preço médio de novembro/2017. Em Reais, na parcial de novembro/2018, a média está em R$ 6.547,00 por tonelada, leve alta de 0,32% frente ao mês anterior e 24,6% superior ao de um ano atrás (R$ 5.252,33 por tonelada). A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 2,82 por libra-peso com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, apenas o primeiro vencimento registra alta nos últimos sete dias, enquanto os demais apresentam queda. No geral, os contratos ora foram influenciados pelas altas nos preços do petróleo e do dólar, ora pelo enfraquecimento do combustível fóssil e da moeda norte-americana, que podem motivar a demanda pelo algodão.

Além disso, o clima favorável no oeste do Texas e na Índia pressionou os contratos. Nos últimos sete dias, o contrato Dezembro/2018 registra valorização de 1,15%, cotado a 76,75 centavos de dólar por libra-peso. O vencimento Março/2019 apresenta queda de 0,15%, a 77,93 centavos de dólar por libra-peso; Maio/2019, 0,25%, indo para 79,12 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Julho/2019 registra baixa de 0,22%, cotado a 80,31 centavos de dólar por libra-peso e Outubro/2019, baixa de 0,15%, cotado a 77,93 centavos de dólar por libra-peso. Em relatório publicado na segunda-feira (26/11), o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que houve avanço de 11% na colheita da pluma nos Estados Unidos frente à semana anterior (59%). Com isso, 70% da área cultivada na safra 2018/2019 foi colhida, abaixo dos 78% do mesmo período de 2017 e da média dos últimos cinco anos (de 77%). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.


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