Tendência de alta dos preços do algodão no Brasil

Com a baixa qualidade dos lotes disponíveis e o desacordo entre agentes, o ritmo de comercialização de algodão em pluma está lento neste início de dezembro. Ainda, com a proximidade das férias coletivas neste final de ano, os agentes têm priorizado os embarques de contratos. Assim, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra alta de 1,49% nos últimos sete dias, cotado a R$ 2,99 por libra-peso. A pluma disponibilizada apresenta algum problema de cor, micronaire, resistência e fibra curta, e os lotes são heterogêneos. Assim, algumas indústrias até demonstram interesse em novas aquisições, mas alegam dificuldade em encontrar lotes de qualidade. Os vendedores estão firmes nos valores indicados, mesmo para os lotes com alguma característica. Os comerciantes também indicam que a heterogeneidade dos lotes dificulta as negociações “casadas”. Atentos à elevação dos preços internacionais, agentes fecharam vários negócios para embarque futuro, envolvendo, principalmente, a pluma das duas próximas temporadas (safras 2018/2019 e 2019/2020).

As indústrias domésticas também estão ativas para negociações futuras, garantindo a matéria-prima para o início de 2019 e também para o segundo semestre, a valores fixos e/ou baseados no Indicador CEPEA/ESALQ. Segundo dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta terça-feira (11/12), a produção brasileira da safra 2018/2019 pode atingir 2,364 milhões de toneladas, crescimento de 17,8% frente à anterior. O impulso está vinculado ao aumento de 23,2% na área a ser semeada nesta temporada, que está projetada em 1,447 milhão de hectares. A produtividade média poderá recuar 4,4% frente à safra 2017/2018, indo para 1.633 quilos por hectare. Em Mato Grosso, a produção da temporada 2018/2019 deve somar 1,568 milhão de toneladas, 21,5% maior que a anterior. Enquanto a produtividade média está prevista para ficar em 1.640 quilos por hectare (-1,1%), a área cultivada está estimada para aumentar 22% (955,9 mil hectares), devido à boa rentabilidade do algodão.

Na Bahia, a área semeada volta a crescer após quatro anos consecutivos de queda e deve atingir 310,1 mil hectares na temporada 2018/2019 (+17,6%). A colheita está prevista em 508,6 mil toneladas, elevação de 2%. A produtividade média está em 1.640 quilos por hectare (-13,2%). A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 2,93 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os primeiros vencimentos registram alta neste início de dezembro, impulsionados pelo aumento do preço do petróleo no mercado internacional e pelo enfraquecimento do dólar, visto que ambos tendem a estimular a demanda pela fibra natural. O contrato Dezembro/2018 está cotado a 78,02 centavos de dólar por libra-peso, valorização de 1,11% nos últimos sete dias. O vencimento Março/2019 apresenta avanço de 1,23%, a 79,88 centavos de dólar por libra-peso; Maio/2019 registra alta de 1,18%, indo para 80,89 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Julho/2019 acumula elevação de 0,57% nos últimos sete dias, a 81,46 centavos de dólar por libra-peso e Outubro/2019, alta de 0,67%, cotado a 78,54 centavos de dólar por libra-peso.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os embarques aumentaram pelo quarto mês consecutivo, atingindo 198,4 mil toneladas em novembro/2018, volume recorde, considerando-se a série histórica iniciada em janeiro/1996. O volume foi 21,6% superior ao de outubro/2018 e 26,9% maior que o de novembro/2017 (156,3 mil toneladas). Em novembro/2018, o faturamento foi de US$ 344,2 milhões, 21,6% superior ao de outubro/2018 e 36,6% acima do faturamento de novembro/2017 (US$ 251,9 milhões). Em relação à importação, chegou a 133,2 toneladas em novembro/2018, queda de 55% no comparativo com o mês anterior, mas ainda é expressivamente acima das 33,3 toneladas embarcadas em novembro/2017. Em novembro/2018, o preço médio de importação foi de 123,01 centavos de dólar por libra-peso, aumento de 54,4% se comparado ao do mês anterior, mas 26,8% abaixo do 168,06 de um ano atrás. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.


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