Tendência de recuo nos preços com mercado lento

Com parte dos agentes recuada e outra enfrentando disparidades entre valores e qualidade, o ritmo de negócios no mercado doméstico de pluma segue lento, com poucos lotes efetivados. Nesse cenário, os preços do algodão continuam em queda. Vale lembrar que o movimento de baixa é verificado desde o início deste ano. Do lado comprador, as indústrias têm reduzido ainda mais os valores de suas indicações, reforçando a disputa no mercado spot. Outras empresas trabalham com a matéria-prima estocada e/ou recebida de contratos. Neste mês, mesmo com a média do Indicador CEPEA/ESALQ superando em 12,3% a paridade de exportação, apenas algumas tradings disponibilizam lotes no mercado. Quanto ao lado vendedor, os produtores também ofertam poucos lotes no spot, focados nos embarques das programações da safra 2017/2018 aos mercados interno e externo. Ressalta-se que boa parte da produção está comprometida em contratos.

Além disso, os produtores estão atentos ao desenvolvimento da safra 2018/2019. Nesse contexto, boa parte da pluma ofertada apresenta alguma característica (como cor, micronaire, resistência e fibra) e muitos lotes são mistos, o que limita os fechamentos. Os produtores que detêm a pluma de melhor qualidade permanecem firmes nos preços de venda. O Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 0,73% nos últimos sete dias, cotado a R$ 2,91 por libra-peso. Na parcial de fevereiro, o Indicador acumula queda de 0,87% e em 2019, de 4,86%. A média parcial deste mês, de R$ 2,93 por libra-peso, está 0,92% inferior à média de janeiro/2019 e 1,12% abaixo da de fevereiro/2018, em termos reais (valores atualizados pelo IGP-DI de janeiro/2019). Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), em Mato Grosso, principal produtor brasileiro, a área cultivada na safra 2018/2019 deve ser de 1,052 milhão de hectares.

Até o dia 22 de fevereiro, toda a área projetada no estado já havia sido semeada, 0,09% acima da estimativa da semana anterior, mais adiantada que o cultivo da safra anterior no mesmo período (97,84%) e acima da média dos últimos cinco anos (98,75%). Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicam que, até o final da quarta semana de fevereiro/2019, a média diária dos embarques foi de 4,7 mil toneladas, 5,5% inferior à média de janeiro/2019, mas expressivos 54,9% superior à média diária de fevereiro/2018. Na parcial de fevereiro/2019, o volume já atingiu 74,8 mil toneladas. Em faturamento, a média diária é de US$ 8 milhões, 6,5% menor que os US$ 8,6 milhões do mês anterior, mas 55,6% maior que o faturamento médio de fevereiro/2018. O preço médio deste mês, de US$ 1.711,20 por tonelada é apenas 1% menor que o de janeiro/2019 (US$ 1.729,10 por tonelada) e somente 0,4% superior aos US$ 1.703,90 por tonelada de um ano atrás.

A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR) é de R$ 2,58 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Os contratos na Bolsa de Nova York registram altas, influenciados pelo avanço do petróleo, que torna a fibra natural mais competitiva. Além disso, os agentes aguardam o desfecho das negociações entre Estados Unidos e China. Nos últimos sete dias, os contratos Março/2019 e Maio/2019 apresentam valorização de 2,44% e 1,73%, para 71,93 centavos de dólar por libra-peso e 73,10 centavos de dólar por libra-peso, respectivamente. O contrato Julho/2019 registra alta de 1,49% no mesmo comparativo, a 74,33 centavos de dólar por libra-peso e o Outubro/2019, avanço de 0,89%, a 73,88 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.


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