Dificuldade em adquirir fibra de qualidade superior

A negociação de algodão no disponível avança pontualmente, de acordo com as necessidades de fábricas, já que as vendas de fios e tecidos seguem enfraquecidas. Embora o suprimento da fibra seja considerado confortável durante a entressafra, há dificuldade em encontrar lotes de qualidade superior. O indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias, está cotado a R$ 2,93 por libra-peso. No mês, o Indicador acumula perdas de 0,41%. A negociação no disponível avança pouco. Há negócios para pronta entrega, com algodão de tipos mais baixos, 51.4 a 51.5. Há certa dificuldade para encontrar algodão de tipo fino. A predominância é de algodão com HVI de qualidade média para baixa. Quando ocorrem acordos entre indústrias e tradings, a cotação é de R$ 2,85 por libra-peso, posto na Região Sudeste. Para entrega em março em Santa Catarina, há registro de negócios a R$ 2,76 por libra-peso de algodão de qualidade mais baixa de Mato Grosso. Em Mato Grosso do Sul, a comercialização também está lenta.

Há empresas solicitando algodão de qualidade, mas não tem disponibilidade. Grande parte das ofertas que está chegando ao mercado é de algodão de fibra curta. Para algodão de qualidade inferior, a indústria vinha pagando R$ 2,80 por libra-peso, posto São Paulo. Porém, não há referências de preço para fibra de qualidade superior porque as ofertas desse tipo na região estão mais raras. No curto prazo, não há motivo para o preço subir, mas a expectativa é de aumento da procura entre a segunda quinzena de março e abril. Ainda existe um volume significativo de algodão a ser vendido. O suprimento está garantido com folga para entressafra. A única questão é a qualidade. É possível um retorno de compradores ao mercado após o Carnaval, mas a expectativa não é de movimentação de grandes volumes. As fábricas afirmam que a demanda por fios e tecidos está desaquecida.

Para a negociação antecipada da safra 2018/2019, há registro de negócios para exportação FOB no Porto de Santos (SP) por 250 pontos acima do vencimento dezembro de 2019, para embarque no segundo semestre deste ano. Na semana passada, chegaram a sair acordos para o mercado interno entre R$ 2,70 e R$ 2,80 por libra-peso. Hoje, há vendedor para entrega no segundo semestre a R$ 2,70 por libra-peso, mas falta comprador. As negociações da safra que deve ser colhida nos próximos meses estão paradas em Mato Grosso do Sul. Os produtores já fizeram vários negócios, aproveitando quando o dólar estava próximo de R$ 4,00. Agora, há oferta é restrita. Os compradores indicam 75,00 centavos de dólar por libra-peso, para retirada em Mato Grosso do Sul, mas sem registro de negócios recentemente. A safra 2018/2019 de algodão evolui tranquilamente por enquanto. Algumas regiões, como a oeste da Bahia, tiveram veranico em janeiro, mas o clima se regularizou desde o começo de fevereiro.

Em Mato Grosso do Sul, a safra está em fase vegetativa com clima favorável, recebendo chuvas regulares, mas nos próximos meses as lavouras precisarão de mais precipitações e de controle adequado de pragas e doenças. Para a safra 2019/2020, tradings indicavam 150 pontos acima do contrato dezembro de 2020, enquanto mercado interno sinalizava 500 pontos abaixo do mesmo vencimento para retirada em áreas produtoras. Não há interesse de venda. Em Mato Grosso do Sul, não há reporte de novos acordos desde o começo do ano. Na Bolsa de Nova York, os futuros de algodão fecharam em alta nesta quarta-feira (27/02), com a expectativa de maior demanda chinesa pela fibra produzida nos Estados Unidos. O vencimento maio subiu 34 pontos (0,47%) e fechou a 72,36 centavos de dólar por libra-peso. O representante de Comércio dos Estados Unidos afirmou que o algodão é uma das commodities mencionadas nas discussões comerciais com a China. Segundo ele, os Estados Unidos esperam que a China aumente as compras de uma série de produtos norte-americanos, entre eles o algodão. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.


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