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15/Mai/2019

Tendência baixista do algodão no mercado interno

Os compradores seguem retraídos do mercado, trabalhando com a pluma já contratada e no aguardo do avanço da colheita da nova temporada, o que tem deixado a comercialização de algodão em pluma ainda mais enfraquecida. A queda nos preços internacionais (Cotlook A e dos contratos na Bolsa de Nova York) também influencia a retração de indústrias. Para corretores e comerciantes, as negociações também estão lentas. Neste caso, o desafio está em “casar” os valores entre a indústria e produtor. Boa parte dos lotes apresentava alguma característica de cor, micronaire e/ou fibra. Os produtores estão finalizando as entregas de contratos ou disponibilizando no spot os saldos da safra 2017/2018. Estes agentes também seguem atentos às lavouras da safra 2018/2019, que apresentam bom desenvolvimento na Bahia e em Mato Grosso, e ao elevado volume a ser colhido.

Quanto aos contratos futuros, os produtores estão retraídos diante das quedas dos últimos dias, declarando que parte da safra 2018/2019 já foi comercializada. Neste cenário, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 1,65% nos últimos sete dias, cotado a R$ 2,87 por libra-peso, retomando os patamares do início de maio/2018. Na parcial de maio, o Indicador acumula queda de 2,33%. A média deste mês, de R$ 2,91 por libra-peso, está 0,59% menor que a média de abril/2019 e 23,23% inferior à de maio/2018. Dados da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM) apontam que, até o dia 14 de maio, 836 mil toneladas da safra 2017/2018 foram comercializadas no mercado doméstico, da produção de 2 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em abril/2019. Os registros da BBM representam 82% da produção nacional na média dos últimos cinco anos.

Para a safra 2018/2019, a comercialização está em 329 mil toneladas, da colheita estimada em 2,66 milhões de toneladas. Segundo a Conab, a produção brasileira 2018/2019 deve somar 2,66 milhões de toneladas, 32,8% maior que a anterior. O aumento de 35,4% da área semeada foi determinante, já que a produtividade poderá ser menor, em 1,9%, indo para 1.676 quilos por hectare. Em Mato Grosso, a colheita poderá chegar a 1,76 milhão de toneladas, crescimento de 36,8%. Na Bahia, a estimativa foi elevada frente aos dados de abril, para 587 mil toneladas (+17,9%). A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 2,84 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, todos os contratos registram queda. A continuidade da tensão comercial entre os Estados Unidos e a China e o aumento dos estoques dos Estados Unidos para a safra 2018/2019 foram os principais fatores de influência.

O vencimento Julho/2019 registra desvalorização de expressivos 11% nos últimos sete dias, a 65,45 centavos de dólar por libra-peso; Outubro/2019 apresenta baixa de 8,27%, para 66,65 centavos de dólar por libra-peso e o Dezembro/2019, 8,93%, cotado a 66,40 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Maio/2019, encerrado no dia 8 de maio, acumulou recuo de 5,96%, a 71,45 centavos de dólar por libra-peso. Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgados no dia 10 de maio, indicam que produção mundial 2018/2019 será de 25,78 milhões de toneladas, 4,3% menor que a anterior, com pressão da Índia e dos Estados Unidos. O consumo está estimado em 26,72 milhões de toneladas, praticamente estável frente a 2017/2018, de 26,73 milhões de toneladas. Assim, o estoque global 2018/2019 está em 16,6 milhões, 5,7% inferior ao da safra anterior. A comercialização mundial está estimada em 9,1 milhões de toneladas, com destaque para Estados Unidos e Brasil na exportação e China, Bangladesh e Vietnã na importação.

Para a safra 2019/2020, a primeira previsão dos USDA aponta produção de 27,3 milhões de toneladas, 5,9% maior que o volume da safra anterior. O impulso vem da Índia, Estados Unidos e Paquistão. O consumo global 2019/2020 pode crescer 2,6%, indo para 27,4 milhões de toneladas, puxado pela China, Índia e Bangladesh. O estoque mundial foi estimado em 16,47 milhões de toneladas, 1% menor que o da safra 2018/2019, com redução do estoque da China pela quinta safra consecutiva. A comercialização pode subir 7,89%, indo para 9,87 milhões de toneladas. Em relação à temporada 2019/2020 norte-americana, o USDA indicou, em relatório semanal de acompanhamento de safra divulgado no dia 13 de maio, que 26% da área já foi semeada, inferior aos 32% observados na média das últimas cinco safras. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.