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19/Jul/2019

Mercado de algodão registra fraca movimentação

A negociação de algodão avança pontualmente no mercado brasileiro. Alguns lotes chegam ao mercado pela necessidade de produtores de quitar despesas de colheita e beneficiamento, mas a maior parte da fibra é direcionada para o cumprimento de contratos fechados anteriormente. As fábricas esticam estoques na expectativa de adquirir a fibra a preços menores mais adiante. O indicador Cepea/Esalq para pagamento em oito dias registra queda acumulada no mês de 2,57%. Há registro de negócios para pronta entrega, mas de forma restrita, em virtude da dificuldade das indústrias em vender produto acabado. Há relatos de fábricas que tinham algodão até agosto e reduziram tanto o consumo que agora têm volume até setembro. As fábricas poderiam estar comprando agora para receber no fim de agosto, período em que começa a haver mais disponibilidade da nova safra, mas adiam as aquisições. Por outro lado, os produtores já comercializaram boa parte da safra. Foram fechados contratos a preços considerados atrativos e eles vão entregar esse algodão.

Há registro de negócios de comerciantes que originam a fibra nas regiões produtoras para fábricas entre R$ 2,49 e R$ 2,50 por libra-peso, posto na Região Sudeste. Para volumes maiores, não são reportados negócios. A safra da Bahia e de Mato Grosso atrasou um pouco por causa das perdas de baixeiro por excesso de chuva, mas a qualidade da fibra tem sido positiva até agora. A negociação antecipada para entrega nos próximos meses está travada. Há 40 dias os preços estavam entre R$ 2,65 e R$ 2,70 por libra-peso. Depois, os futuros em Nova York caíram, o dólar começou a recuar e, agora, os compradores indicam entre R$ 2,45 e R$ 2,50 por libra-peso para agosto, setembro e outubro. Com os preços nesses patamares mais baixos, os produtores devem deixar para negociar no quarto trimestre o restante da safra que ainda não foi vendido. O grande problema atualmente é que fiação está com dificuldade de vender produto acabado. A liquidez no mercado de algodão em pluma esteve maior nos últimos dias.

À medida que o beneficiamento avança, gradativamente mais lotes de pluma da safra 2018/2019 vão sendo ofertados no spot, levando vendedores a terem postura mais flexível nos valores indicados. Muitos compradores seguem recuados. Algumas fábricas trabalham com estoques e aguardam a chegada de contratos efetivados antecipadamente, enquanto outras apenas adquirem pequenos volumes para repor estoque. Do lado vendedor, há produtores que estão fora de mercado, se dedicando à colheita e ao beneficiamento da safra. Outros ofertam lotes remanescentes da safra anterior e 'fazem caixa', disponibilizando lotes da nova temporada. Na Bolsa de Nova York, o atual período do ano costuma ser de preços sustentados, mas isso não está ocorrendo neste momento. A piora nos fluxos de comércio associada à guerra comercial entre Estados Unidos e China e alguns atritos entre os Estados Unidos e a Europa acabam afetando de maneira mais significativa o algodão.

Do lado da oferta, apesar de ter havido uma leve retração na área de algodão dos Estados Unidos, a perspectiva de abandono é mais baixa do que no ano passado. As condições no Texas, que é o principal produtor dos Estados Unidos, são mais favoráveis do que no ano passado, indicando que os produtores devem levar a cabo as suas lavouras e não abandoná-las e solicitar o seguro agrícola para ter uma garantia de rendimento. Além disso, o progresso de safra tem registrado atraso nos Estados Unidos em relação a outros anos, mas nada tão expressivo como se observa nas lavouras de grãos do Meio Oeste. As condições de safra têm sido positivas. O algodão apresenta condição boa a excelente superior à média dos últimos cinco anos, o que também ajuda a pressionar as cotações, já que há perspectiva de uma produtividade até superior à do ano passado. No entanto, a segunda principal região produtora dos Estados Unidos, que é o Delta do Mississippi, teve muita chuva em decorrência da tempestade Barry nos últimos dias. A região havia sido afetada pelo excesso de umidade nos últimos meses.

A perspectiva é de um clima mais seco nas regiões produtoras entre julho e agosto, com risco de chuvas a partir do mês de setembro. O algodão precisa, nesse período de desenvolvimento até a florada, de uma quantidade de água significativa no solo, o que os mapas ainda não estão mostrando. Já durante a colheita, mais para o fim do ano, o algodão precisa de tempo seco, então uma perspectiva de um outono mais chuvoso nos Estados Unidos pode trazer preocupações. No Brasil, as condições de clima são benéficas para a continuidade da colheita no Brasil. A perspectiva de chuvas abaixo da média deve permitir um progresso mais acelerado da colheita, que está no início em Mato Grosso, um dos principais produtores, então há uma perspectiva climática também favorável para que o Brasil potencialize as suas exportações para o restante do mundo. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.