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18/Set/2019

Tendência de alta com bom ritmo das exportações

Os preços internos do algodão em pluma voltaram a registrar alta nos últimos dias. O suporte tem vindo do ritmo bastante intenso das exportações brasileiras da pluma neste mês e da retração de vendedores, que estão atentos às valorizações dos contratos da Bolsa de Nova York e ao elevado patamar do dólar. Esse cenário, inclusive, influenciou uma maior movimentação nos fechamentos de novos contratos de exportação, envolvendo a pluma das safras 2018/2019 e 2019/2020. Vale ressaltar, no entanto, que boa parte dos produtores ainda prioriza os embarques de contratos a termo, que foram realizados a preços mais atrativos que os atuais. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nas duas primeiras semanas de setembro, a média diária dos embarques nacionais estava em 5,9 mil toneladas, bem acima das 1,9 mil toneladas de agosto/2019 e 26,6% superior à de setembro/2018. Diante disso, os embarques já somam 58,5 mil toneladas na parcial deste mês (10 dias úteis), já ultrapassando em 41% o volume exportado em todo o mês de agosto/2019.

Em faturamento, a média diária é de US$ 9,5 milhões, significativamente maior que a observada em agosto/2019, de US$ 3 milhões e acima da de setembro/2018, de US$ 8 milhões. Quanto ao preço médio de setembro em dólares, está em US$ 1.622,20 por tonelada, 1,8% maior que o preço médio de agosto/2019 (US$ 1.593,30 por tonelada), mas 6,7% inferior ao de setembro/2018 (US$ 1.739,40 por tonelada). Em moeda nacional, o preço médio da parcial de setembro está em R$ 6.656,26 por tonelada, alta de 3,8% frente ao do mês anterior (R$ 6.411,01 por tonelada), porém, recuo de 6,8% se comparado ao de setembro/2018 (R$ 7.143,08 por tonelada). Em relação aos preços domésticos, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra alta de 0,63% nos últimos sete dias, cotado a R$ 2,46 por libra-peso. Na parcial do mês, contudo, o Indicador acumula leve queda de 0,09%. A média da parcial deste mês, de R$ 2,45 por libra-peso, está 0,42% inferior à de agosto/2019 e 24,82% abaixo da de setembro/2018.

A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 2,48 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. No spot nacional, a comercialização de algodão em pluma está enfraquecida, tendo em vista que os compradores estão abastecidos com a pluma contratada. Além disso, a discordância entre o preço e a qualidade dos lotes disponibilizados também limita os fechamentos. No campo, dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), divulgados no dia 13 de setembro, indicam que a colheita em Mato Grosso foi finalizada (1,072 milhão de hectares). No mesmo período da safra 2017/2018, a colheita somava 97,87% da área e, na média dos últimos cinco anos, 99,47%. Na Bolsa de Nova York, todos os contratos estão em alta, impulsionados pela expectativa otimista do mercado quanto a novas negociações entre os Estados Unidos e a China, pela piora nas condições das lavouras norte-americanas e pela alta do petróleo, que tende a estimular a demanda pela fibra natural.

O vencimento Outubro/2019 registra valorização de 4,18% nos últimos sete dias, cotado a 61,59 centavos de dólar por libra-peso, e o Dezembro/2019 apresenta alta de 6,12%, a 62,59 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Março/2020 está em alta de 5,66%, a 62,96 centavos de dólar por libra-peso e o Maio/2020, 5,8%, cotado a 63,83 centavos de dólar por libra-peso. Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgados no dia 12 de setembro, indicam produção e consumo mundiais de 2018/2019 com reajustes negativos de 0,1% frente ao relatório de agosto, somando, respectivamente, 25,9 milhões de toneladas (-3,8% se comparado à temporada 2017/2018) e 26,2 milhões de toneladas (-1,9% frente à safra anterior). O estoque global de 2018/2019 foi estimado em 17,59 milhões, aumento de 0,7% se comparado ao mês passado, mas ainda 0,2% abaixo do registrado na temporada anterior. As importações mundiais devem ser de 9,25 milhões de toneladas, 3,3% maior que a safra 2017/2018 e 1,6% superior à do mês passado.

As exportações, por sua vez, são estimadas em 8,96 milhões, alta de 0,8% frente aos dados de agosto, mas queda de 0,6% em relação à temporada anterior. A participação dos Estados Unidos nas importações de algodão para a China recuou para 18% em 2018/2019, queda acentuada em relação aos 45% em 2017/2018 e abaixo da observada nos últimos cinco anos, de 30%. Vale lembrar que a pluma norte-americana recebeu tarifas adicionais pelo país asiático. O Brasil, por sua vez, colheu produção recorde por duas safras consecutivas e se beneficiou das compras para a Reserva Estadual da China, saindo de uma participação de 6% no mercado internacional (2014/2015 a 2017/19) para 23% (2018/2019). Para a temporada 2019/2020, a estimativa é de produção de 27,19 milhões de toneladas, 4,9% acima do volume anterior, impulsionada pela Índia, Estados Unidos e Paquistão. O Brasil, por sua vez, deve diminuir o volume produzido em 6,2%. O consumo global pode crescer 1,1%, indo para 26,5 milhões de toneladas.

A comercialização deve totalizar 9,42 milhões de toneladas, com elevações de 1,8% nas importações e de 5,3% nas exportações frente à temporada 2018/2019. O estoque mundial foi estimado em 18,2 milhões de toneladas, 3,6% acima do da safra 2018/2019. A China deve reduzir em 5,3% o volume estocado na safra 2019/2020. Para a Índia, estimam-se aumentos de 19,8% se comparado ao indicado em agosto/2019 e de 23,4% frente à temporada passada. Ao mesmo tempo em que o estoque norte-americano está projetado em 1,57 milhão de toneladas (+48,5%). Ainda em relação à temporada 2019/2020 norte-americana, o USDA indicou, em relatório divulgado no dia 16 de setembro, que em 54% da área já houve abertura de maçãs, acima dos 48% do mesmo período de 2018, e que a colheita já atingiu 9%. Em relação à qualidade das lavouras, 41% estão em boas e ótimas condições, superior aos 39% do ano anterior; 42%, em condições medianas, acima dos 29% observados em 2018, e 17%, ruins e péssimas condições, contra 32% no mesmo período de 2018. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.