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25/Set/2019

Tendência de baixa do preço do algodão no Brasil

Após esboçar reação no final da primeira quinzena deste mês, os preços do algodão em pluma estão mais fracos no mercado interno nos últimos dias. A paridade de exportação, por outro lado, tem subido neste mês. Diante disso, a média do Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, na parcial de setembro está 2,8% inferior à da paridade de exportação, sendo a maior diferença negativa desde janeiro de 2016. A média parcial do Indicador com pagamento à vista em dólar está em 59,38 centavos de dólar por libra-peso na parcial deste mês, 16,6% inferior à do Índice Cotlook A (de 71,17 centavos de dólar por libra-peso) e apenas 0,58% abaixo da média do primeiro vencimento da Bolsa de Nova York, de 59,72 centavos de dólar por libra-peso. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 2,59 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Diante da elevação da paridade de exportação, negócios estão sendo realizados com destino ao exterior, envolvendo a pluma das safras 2018/2019 e 2019/2020. Os preços variam entre os fixos (em Real ou dólar) ou os baseados nos contratos da ICE Futures. Além disso, alguns vendedores aproveitaram o momento de alta nos vencimentos da Bolsa de Nova York para fazer fixação dos valores ainda em aberto. Vale considerar que fechamentos no curto prazo também envolveram lotes com alguma característica inferior. Nesse sentido, os vencedores têm realizado negócios para exportação, ao mesmo tempo em que realizam embarques de contratos a termo aos mercados doméstico e externo. A queda nos valores domésticos da pluma está atrelada à pressão de compradores, que ofertam preços inferiores na aquisição de novos lotes.

Estas indústrias trabalham com a pluma estocada e/ou já contratada e muitas alegam que os lotes disponíveis no spot são heterogêneos em qualidade (apresentam ao menos uma característica, como cor e micronaire). Nesse cenário, os comerciantes têm dificuldade em acordar preço e qualidade para novas vendas “casadas”. Assim, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 0,96% nos últimos sete dias, cotado a R$ 2,44 por libra-peso. Na parcial do mês, o Indicador acumula baixa de 1,06%. A média da parcial de setembro, de R$ 2,45 por libra-peso, está 0,47% inferior à de agosto/2019 e 24,86% abaixo da de setembro/2018. No mercado internacional, os contratos na Bolsa de Nova York acumulam queda, pressionados pelo enfraquecimento das exportações dos Estados Unidos e pelo recuo do petróleo no mercado internacional, que pode desestimular a demanda pelo algodão.

Nos últimos sete dias, o vencimento Outubro/2019 registra desvalorização de 2,86%, cotado a 59,83 centavos de dólar por libra-peso, e o Dezembro/2019 apresenta recuo de 2,68%, a 60,91 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Março/2020 tem baixa de 2,03%, para 61,68 centavos de dólar por libra-peso e o Maio/2020, de 2,07%, cotado a 62,51 centavos de dólar por libra-peso. Em relação à temporada 2019/2020 norte-americana, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou, em relatório divulgado no dia 23 de setembro, que em 64% da área já houve abertura de maçãs, acima dos 57% do mesmo período de 2018, e que a colheita já atingiu 11%. Em relação à qualidade das lavouras, 39% estão em boas e ótimas condições, mesmo percentual do ano anterior; 42%, em condições medianas, acima dos 32% observados em 2018, e 19%, ruins e péssimas condições, contra 29% no mesmo período de 2018. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.