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21/Out/2019

Leite: preços devem se manter estáveis em outubro

Os preços do leite pagos ao produtor apresentam tendência sazonal de queda a partir de setembro, devido ao aumento da produção na Região Sul do País e ao retorno das chuvas nas Regiões Sudeste e no Centro-Oeste. No entanto, neste ano, o movimento do mercado está atípico para o período. O preço pago ao produtor em setembro, referente ao leite entregue em agosto, registrou alta de 2% ou R$ 0,03 por litro na “Média Brasil” líquida (Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo), atingindo R$ 1,3728 por litro, em termos reais (IPCA de setembro/2019). A expectativa de agentes do setor é de que, em outubro, os preços se mantenham estáveis. Apesar de a captação de leite na Região Sul ter crescido em agosto, o que fez o Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) subir 7,7% frente a julho, o volume foi insuficiente para abastecer o mercado.

Agentes relataram que o atraso das chuvas nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste contribuiu para limitar o crescimento da oferta, o que intensificou a concorrência dos laticínios pela compra de matéria-prima, criando um cenário pontual e atípico de valorização para os derivados lácteos em agosto e para o preço do leite no campo em setembro. A lenta retomada da produção desde setembro tem dificultado a previsão de oferta e gerado especulações entre agentes do setor. Havia a expectativa de que, em setembro, a captação se elevaria substancialmente, o que ajudou a reduzir os preços do leite spot (negociado entre indústrias) e levou os atacadistas a pressionar as cotações dos derivados lácteos. Em Minas Gerais, o preço do leite spot caiu 6,3% de agosto para setembro, chegando a 1,4433 por litro.

Em São Paulo, no atacado, os preços dos derivados lácteos caíram de agosto para setembro e se mantiveram em queda na primeira metade de outubro, pressionados pela demanda enfraquecida. O UHT e a mussarela se desvalorizaram 2,41% e 3,59%, respectivamente. Os estoques de atacadistas permanecem abastecidos, dificultando as negociações dos laticínios. Esses agentes da indústria, por sua vez, acabam fazendo promoções, no intuito de escoar o derivado. Diante da baixa oferta de matéria-prima no mercado doméstico, as importações de leite aumentaram 25,6% entre agosto e setembro, somando 12,8 mil toneladas no último mês. Quanto às exportações nacionais, também registaram alta no fechamento do mês.

O volume de produtos lácteos embarcado somou 2 mil toneladas, 10,8% acima do observado no mês anterior. Após 3 meses em queda, custos ficam estáveis em setembro. Os custos de produção da pecuária leiteira registraram estabilidade em setembro. O Custo Operacional Efetivo (COE), que considera os gastos correntes da propriedade na “média Brasil” (Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo), aumentou apenas 0,03% frente a agosto, e o Custo Operacional Total (COT), que engloba o COE, o pró-labore e as depreciações, 0,01%. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.