Atraso nas vendas de soja poderão afetar o milho

A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) vê com preocupação o atraso nas vendas de soja e milho 2016/2017 e os problemas logísticos relacionados ao trecho não pavimentado da BR-163 na saída para o Arco Norte. Se o ritmo de comercialização continuar abaixo do ano passado, o período de embarque da oleaginosa será estendido, afetando a exportação de milho no segundo semestre. As limitações em questão de logística são conhecidas se os embarques começam a se acumular. Também se destace o atraso das vendas de soja e milho. Os preços dos dois produtos estão mais baixos em um ano de oferta robusta. É um grande desafio o descompasso entre uma safra grande e a comercialização.

A respeito do tamanho da estrutura para escoar o volume da safra verão (1ª safra 2016/2017) deste ano, a entidade ressaltou que, para que seja possível exportar 60,0 milhões de toneladas de soja, 30 milhões de toneladas de milho, 15,0 milhões de toneladas de farelo, um total de 105,0 milhões de toneladas, trata-se de 2,7 milhões de viagens de caminhão, e isso representa um grande volume. Tudo que for possível escoar pelo Arco Norte será de grande ajuda. Há previsões privadas de exportações de 61,1 milhões de toneladas de soja e 28,0 milhões de toneladas de milho em 2017.

A Anec trabalha com números mais conservadores, de 54,0 milhões a 57,0 milhões de toneladas de soja e 20,0 milhões de toneladas de milho exportadas. Ainda sobre a saída pelo Arco Norte, existe a preocupação com a BR-163 entre Mato Grosso e Pará, onde as chuvas têm prejudicado o tráfego de veículos no trecho de 120 quilômetros ainda não asfaltado. Se a comercialização atrasa, não se consegue exportar tanto. A lentidão nesse processo afeta a soja, principal produto agrícola de exportação do Brasil, mas mais o milho, especialmente pela concorrência com os Estados Unidos, que começa a ofertar a sua nova safra no fim de setembro. A alternância da soja e do milho é o que dá força para o setor.

Se a comercialização começar a atrapalhar, a soja prevalece sobre o milho e as exportações de soja podem alcançar 60 milhões de toneladas, mas a exportação do milho é prejudicada. A Anec promoveu um encontro com produtores, analistas e principalmente tradings associadas, para discutir, principalmente, as especificações da soja que está sendo colhida e o estímulo à produção sustentável. A questão da qualidade da soja na discussão com a China é um tema importante do setor, pois a China é um grande importador. O Brasil tem uma grande fragilidade nas especificações, que são diferentes entre as do Ministério da Agricultura do Brasil e as da China. Fonte: Agência Estado. Adaptado e revisado por Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica.


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