Tendência de pressão baixista sobre preço do milho

A tendência é de pressão baixista no curto e médio prazo sobre os preços domésticos do milho, com as fracas importações no 1º bimestre de 2017, maior oferta da safra de verão (1ª safra 2016/2017), avanço da colheita na Região Sul, projeção de forte expansão da área plantada e da produção na 2ª safra 2016/2017 (inverno), safra recorde na Argentina ingressando no mercado antes da 2ª safra brasileira e com grande excedente exportável e futuros sem força de reação na Bolsa de Chicago. O dólar à vista fechou a sexta-feira (10/03) fechou com baixa de 1,58%, cotado a R$ 3,1439. As cotações internas do milho iniciam março com novas quedas, pressionadas pelo aumento gradativo da disponibilidade do cereal diante do avanço da colheita da safra verão (1ª safra 2016/2017). O ritmo de negócios também está um pouco maior no spot. No mercado a termo, a liquidez segue baixa, refletindo a disparidade entre compradores e vendedores.

Nos últimos sete dias, os valores do milho apresentam queda de 2,4% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e 2,1% no de lotes (negociação entre empresas). O Indicador ESALQ/BM&F apresenta desvalorização de 1,6% nos últimos sete dias, cotado a R$ 35,53 por saca de 60 Kg. Em São Paulo, os compradores que necessitam de lotes maiores para entregas imediatas continuam enfrentando dificuldade em pressionar as cotações. Além da oferta disponível ainda restrita em algumas regiões do Estado, onde a temporada verão iniciou mais tardiamente, o aumento dos fretes desde fevereiro elevou os custos do cereal vindo de outros Estados, inviabilizando, em alguns casos, esse tipo de negociação. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em relatório divulgado na quinta-feira (09/03), o aumento nas produções de milho no Brasil, Argentina e África do Sul, levou a uma estimativa de 1,05 bilhão de toneladas para 2016/2017, aumento de mais de 9,0 milhões de toneladas em relação ao relatório de fevereiro.

O consumo também foi revisado para cima, passando para 1,04 bilhão de toneladas. Com isso, o estoque final é projetado atualmente em 220,0 milhões de toneladas. Nesse cenário de ampla oferta, os contratos de milho na Bolsa de Chicago estão pressionados. Nos últimos sete dias, os vencimentos Março/2017 e Maio/2017 apresentam baixas de 3,5% e 3,3%, nessa ordem, cotados a US$ 3,59 por bushel e a US$ 3,67 por bushel. Na BM&F, os contratos de milho recuaram nos últimos sete dias. O vencimento Março/2017 apresenta desvalorização de 1,2%, para R$ 34,86 por saca de 60 Kg. Os contratos Maio/2017 e Setembro/2017 apresentam maiores desvalorizações, de 3,5% e 2,9%, a R$ 30,70 por saca de 60 Kg e R$ 29,60 por saca de 60 Kg, respectivamente. Fontes: Cepea e Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica.


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