Preços do milho mais estáveis após fortes quedas

No mercado doméstico, lotes pontuais de milho têm rodado em algumas regiões, mas de maneira geral a comercialização segue bastante lenta. Quando há acordos, o volume negociado é pequeno. Os preços estão praticamente estáveis, embora já tenham cedido significativamente, o que também vem servindo para retrair a intenção de venda por parte do produtor, tanto da safra velha quanto da nova. No Paraná, na região dos Campos Gerais, a negociação avança pouco. Os compradores indicam R$ 26,00 por saca de 60 Kg para retirada imediata na região de Ponta Grossa, com pagamento curto, e R$ 26,50 a R$ 27,00 por saca de 60 Kg, com pagamento em 30 dias. Outro fator que tem ajudado a segurar os preços são as referências no porto para o milho.

Na semana passada, saíram acordos no Porto de Imbituba (SC) entre R$ 31,30 e R$ 31,50 por saca de 60 Kg para entrega em março cheio e pagamento em abril. Mas as cotações recuaram para R$ 31,00 a R$ 30,50 por saca de 60 Kg. Porém, existe um dilema de espaço para alguns vendedores com o início da colheita da oleaginosa e com um pouco de trigo ainda nos armazéns. As granjas do norte do Estado começaram a vir buscar milho na região, mas o frete elevado, mesmo com a possibilidade de retorno, ainda atrapalha algumas negociações. O frete teve novo reajuste de preço com a aceleração da colheita de soja e a retirada do milho de verão ainda em curso. Para entrega em fábricas dos Campos Gerais, são reportados negócios entre R$ 25,50 a R$ 26,00 por saca de 60 Kg para entrega em abril e pagamento 30 dias depois do embarque.

Para o segundo semestre, a indicação é de R$ 30,00 por saca de 60 Kg para entrega no Porto de Paranaguá em agosto e pagamento em setembro. Em Mato Grosso, na região de Primavera do Leste, saem negócios para o mercado interno a R$ 25,00 por saca de 60 Kg FOB para entrega e pagamento imediatos. Os preços vêm se mantendo, embora já tenha chegado milho novo na região, semeado por produtores que abriram mão de semear área maior de soja e optaram pelo milho de verão, pois a expectativa de preços era boa e havia a necessidade de rotação de culturas. Em relação à 2ª safra de 2017, a indicação é de R$ 18,50 por saca de 60 Kg FOB para retirada em setembro/outubro e pagamento em novembro, base Primavera.

Em Goiás, na região de Rio Verde, a indicação de compra no spot é de R$ 27,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada imediata e pagamento em até 30 dias, dependendo do tamanho do lote. Os preços têm se mantido nesses patamares nos últimos 15 dias, com vendas apenas da mão para a boca. Quanto ao milho da 2ª safra de 2017, a indicação do comprador é de R$ 22,00 por saca de 60 Kg para o não transgênico e R$ 19,00 por saca de 60 Kg para o transgênico, para entrega e pagamento em agosto. A indicação para entrega no Porto de Paranaguá (PR) é de R$ 30,00 por saca de 60 Kg para entrega e pagamento em agosto deste ano. O dólar à vista fechou a sexta-feira (17/03) em baixa de 0,67%, cotado a R$ 3,0977, encerrando a semana com perda de 1,44%. Na Bolsa de Chicago, na sexta-feira (17/03), as cotações futuras fecharam em alta, pela 4ª sessão consecutiva, ainda refletindo a demanda robusta pelo grão produzido nos Estados Unidos. O vencimento maio ganhou 1,50 cent (0,41%) e terminou em US$ 3,67 por bushel.

Segundo o Departamento de Agricultura do país (USDA), os exportadores venderam 1,255 milhão de toneladas de milho da safra 2016/2017 na semana. O volume representa alta de 69% ante a semana anterior e de 70% em relação à média das últimas quatro semanas. Para safra 2017/2018, foram vendidas 218.100 toneladas. A soma das duas safras, de 1,473 milhão de toneladas, superou as projeções do mercado. Na atual temporada, as vendas externas dos Estados Unidos estão mais de 15 milhões de toneladas acima do volume registrado um ano antes. O mercado também aguarda o relatório de intenções de plantio nos Estados Unidos, que o USDA publica no fim deste mês de março. A expectativa é de que parte da área de milho migre para a soja, mas o desempenho recente dos dois grãos pode fazer com que o aumento da área de soja não seja tão grande quanto o esperado.


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