Preços do milho sofrem pressão negativa no Brasil

O Centro-Sul do País já colheu 47% da área de milho de verão (1ª safra), contra 51% no ano passado. Embora o atraso persista nos Estados do Sul, os reportes de produtividade continuam altos. Com o avanço da colheita de verão, além do recuo comprador e das boas expectativas para a 2ª safra, o mercado do milho vem sendo mantido sob pressão no decorrer de março. Quanto ao plantio da 2ª safra, ele já está praticamente concluído no Centro-Sul, com 96% da área prevista semeada. O número representa avanço de 8 pontos porcentuais em uma semana e vantagem ante os 93% de um ano atrás. O plantio da 2ª safra de milho de 2017 foi feito dentro da janela ideal na maior parte das áreas produtoras. No mercado doméstico, no Paraná, na região norte, os vendedores indicam R$ 28,00 por saca de 60 Kg, para retirada imediata e pagamento em 30 dias.

O afastamento de compradores está ligado à pressão sobre os preços em decorrência de uma safra de verão (1ª safra 2016/2017) volumosa e também às boas perspectivas para a 2ª safra do cereal. O comprador não vem com força para o mercado com o preço caindo. No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, há registro de negócios para o mercado interno, no disponível, a R$ 24,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada a partir do início de abril e pagamento a 30 dias da descarga. De maneira geral, o produtor tem segurado os grãos por causa de preços considerados insatisfatórios. Os preços do frete também têm pesado na decisão de venda. Além disso, a indústria está bem abastecida e os produtores, capitalizados e com espaço para armazenar o cereal, não vendem pela indicação compradora. Os preços apresentam queda em relação à semana anterior.

Em Mato Grosso, na região de Lucas do Rio Verde, a indicação de compra é de R$ 20,00 por saca de 60 Kg FOB no disponível, para entrega e pagamento imediatos. O dólar à vista fechou a segunda-feira (20/03) em baixa de 0,83%, cotado a R$ 3,0729, o menor nível desde 23 de fevereiro. Os futuros de milho fecharam em baixa nesta segunda-feira (20/03) na Bolsa de Chicago, apesar da forte procura pelo grão norte-americano. Os amplos estoques de milho nos Estados Unidos e sinais de melhora da produtividade na América do Sul pressionaram o mercado. Investidores também embolsaram lucros após o cereal ter avançado nas quatro sessões anteriores e acumulado ganho de 1,8% no período. O vencimento maio recuou 4,00 cents (1,09%) e fechou em US$ 3,63 por bushel.

O desempenho também refletiu dados da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) publicados na sexta-feira (17/03). Os números mostraram que fundos e especuladores passaram de um saldo comprado para um saldo vendido em milho na semana encerrada em 14 de março. A demanda pelo grão produzido nos Estados Unidos, porém, continua forte. Segundo informou o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), exportadores privados relataram vendas de 132 mil toneladas de milho para a Coreia do Sul, com entrega prevista para 2016/2017. Além disso, a expectativa é de que deve haver migração de uma área significativa de milho para a soja na temporada 2017/2018 nos Estados Unidos. O USDA publica seu relatório de intenções de plantio no fim do mês.


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