Preços do milho influenciados pela operação da PF

A negociação do milho está praticamente travada em importantes regiões produtoras. Parte da lentidão é atribuída à Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que desvendou esquemas de fraudes de fiscalização em carnes (principalmente de frango) em frigoríficos de Goiás e do Paraná. Outros motivos a limitar acordos são o recuo de preços do cereal, que vem ocorrendo desde o início do ano e o bom nível de abastecimento das agroindústrias, que acabam se retirando do mercado. Nos próximos dias as consequências da operação da PF podem se fazer sentir com mais força no mercado do cereal principalmente em Mato Grosso, onde confinadores de gado começam a estocar milho nesta época para engordar os bovinos na estação seca.

A JBS anunciou que suspendeu temporariamente a compra de gado para abate, o que deixou o setor confinador apreensivo em relação à intenção da companhia em adquirir volumes significativos de animais no futuro. No Paraná, na região oeste, a negociação está travada, pois não há compradores. Com a Operação Carne Fraca, os compradores preferem ficar afastados. A indicação de compra é de R$ 27,00 por saca de 60 Kg, para retirada imediata e pagamento em 30 dias. Há registro de negócios entre R$ 24,50 a R$ 25,00 por saca de 60 Kg em Guarapuava e Pato Branco. Em Mato Grosso, na região de Lucas do Rio Verde, poucos negócios ocorrem no disponível, principalmente por discordância de preços.

Independentemente da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, as grandes agroindústrias da região já não vinham adquirindo muitos lotes no spot, pois estão abastecidas. A indicação de compra no spot é de R$ 20,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada e pagamento imediatos. Para o mercado futuro, a indicação é de R$ 15,00 por saca de 60 Kg CIF, para entrega em junho e pagamento em agosto ou setembro. No Rio Grande do sul, na região de Vacaria, a indicação é de R$ 26,00 por saca de 60 Kg, para retirada imediata e pagamento em 30 dias. Há pouca procura. Os compradores só adquirem da mão para boca.

Alguns compradores só têm interesse em adquirir milho daqui a três meses. Os compradores estão em uma situação confortável, pois têm surgido muitas ofertas em virtude do avanço da colheita no Estado. Porém, nos preços atuais, os vendedores começam a se retrair. O dólar à vista no balcão terminou com alta de 1,33%, a R$ 3,1359. Os futuros de milho fecharam em baixa nesta quinta-feira na Bolsa de Chicago, refletindo a perspectiva de ampla oferta da América do Sul. O vencimento maio recuou 2,00 cents (0,56%) e fechou em US$ 3,5675 por bushel. O mercado também aguarda o relatório sobre intenções de plantio nos EUA, que o USDA publica na semana que vem.


Voltar

Copyright 2017 Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica
Todos os direitos reservados.