Ritmo de comercialização cai com a safra recorde

As safras recordes previstas para este ano compõem um panorama desafiador para as principais tradings de grãos do mundo, que se esforçam para encontrar uma forma de alavancar seus lucros e acalmar os investidores, preocupados com produções ainda mais volumosas no futuro. O principal problema apontado por essas empresas tem sido o impasse entre os produtores de grãos, relutantes em vender a preços mais baixos, e as processadoras de alimentos, que também não querem comprar antecipadamente grandes volumes em um cenário de cotações pressionadas.Segundo a Bunge, o sistema congelou. No entanto, é uma questão de tempo para a retomada da comercialização e que as tradings devem sair ganhando. No Brasil, os produtores já não têm mais espaço disponível para guardar a produção recorde de soja e de milho.

Ao mesmo tempo, na América do Norte condições climáticas menos favoráveis para o desenvolvimento das lavouras podem levar compradores a garantir suprimento antecipado. Por ora, esse impasse entre produtores e processadoras tem sido responsável pelos lucros trimestrais decepcionantes da Bunge e da Archer Daniels Midland (ADM). A Bunge divulgou em seu balanço queda na estimativa de Ebit (lucro antes de juros e tributos) no segmento de grãos neste ano. Os valores esperados pela companhia caíram da faixa de US$ 895 milhões a US$ 1,05 bilhão projetada em fevereiro, para US$ 800 milhões a US$ 925 milhões. A Archer Daniels Midland (ADM) também anunciou lucros abaixo do previsto pelo mercado em sua divisão agrícola no primeiro trimestre de 2017. A companhia prevê para o fim do ano lucro abaixo do patamar estimado inicialmente. Como alento, a ADM aponta que melhores ganhos em sua divisão de processamento de milho e soja poderão compensar o desempenho mais fraco projetado para a unidade de grãos.

A Cargill, que em março registrou aumento de 42% no lucro trimestral, também informou queda no processamento de grãos ante o mesmo período do ano anterior, em parte devido à lenta comercialização na América do Sul. Uma alternativa avaliada pelas companhias é a redução de custos. Esse é um dos objetivos da ADM para sua divisão de grãos neste ano. A Bunge também avalia formas de cortar gastos depois de já ter fechado cerca de 20 instalações de armazenamento de grãos nos Estados Unidos nos últimos anos. Esses desafios levam a um processo de consolidação do segmento e a atuação da companhia com joint ventures no Brasil, Vietnã e Canadá. A Bunge está aberta a avaliar o que for necessário para criar valor para os acionistas da empresas, tornando a mesma mais eficiente. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica.


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