Transgênicos: maior expansão de área é no Brasil

Segundo o levantamento anual do Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA) juntamente com a Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), o Brasil foi o País que mais aumentou a área plantada com transgênicos em 2016. O maior interesse pela tecnologia se deveu ao crescimento da área de soja e milho, à disponibilidade de tecnologias com características como resistência a insetos e tolerância a herbicidas e à facilidade de manejo e ao aumento de produtividade. O incremento no uso de organismos geneticamente modificados (GMs) foi de 4,9 milhões de hectares, aumento de 11% ante 2015. Com isso, a área plantada com variedades GMs no Brasil pulou para 49,1 milhões de hectares, o equivalente a 27% da área total cultivada com transgênicos no planeta. O País fica atrás apenas dos Estados Unidos (72,9 milhões de hectares) no ranking global de adoção de biotecnologia agrícola.

A disponibilidade de tecnologias com características que são importantes para os produtores, como resistência a insetos e tolerância a herbicidas, explica a maior adoção de GMs. Para os produtores, o benefício está relacionado à percepção de melhor desempenho das lavouras. Segundo a entidade, não há nenhuma característica com foco em produtividade para as culturas que estão sendo comercializadas, mas, indiretamente, os produtores acabam tendo esse aumento de rendimento pela facilidade de manejo como um todo. Além do Brasil, outros três países da América do Sul aparecem entre as 10 maiores áreas plantadas com transgênicos no mundo: a Argentina (23,8 milhões de hectares), em terceiro lugar, o Paraguai (3,6 milhões de hectares), em sexto lugar, e o Uruguai (1,3 milhão de hectares), em 10º lugar. Em todo o mundo, 26 países plantaram 185,1 milhões de hectares com variedades geneticamente modificadas, um crescimento de 3% se comparado com os 179,7 cultivados em 2015.

No Brasil, a taxa de adoção de organismos geneticamente modificados (GM) é de 93,4% da área plantada com soja, milho e algodão, ante 90,7% no ano anterior. A taxa para a soja é de 96,5%, com 32,7 milhões de hectares, para o milho (2ª safra e safra de verão), de 88,4%, com 15,7 milhões de hectares, e para o algodão, de 78,3%, com 790 mil hectares. Porém, existe um limite para o crescimento no emprego da tecnologia. Existe espaço, mas a utilização de GMs está esbarrando no limite de adoção nas culturas. A taxa é muito elevada na soja, que é mais de 96%, e no milho, de 88%. O que poderia acontecer no futuro seria a introdução de novas culturas, caso da cana-de-açúcar e do eucalipto, ou até trazer, no caso da soja e do milho, novas características para os produtores agregarem valor nesses produtos.

Atualmente, há uma série de culturas biotecnológicas em desenvolvimento por empresas de sementes brasileiras e multinacionais, além de instituições de pesquisa, à espera de aprovação comercial, das quais as mais importantes são feijão, cana-de-açúcar, batata, mamão, arroz e citros. Com exceção do feijão e da cana-de-açúcar, a maioria destes cultivos está nos estágios iniciais dos desenvolvimento e não se espera aprovações nos próximos cinco anos. O Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), espera para breve a aprovação da primeira cana-de-açúcar geneticamente modificada com resistência a insetos. Para as três maiores culturas transgênicas no Brasil, a expectativa é de aprovação de tecnologias que apresentam tolerância a diferentes herbicidas. A entidade tem tido aprovações de alguns eventos de soja, de milho e algodão.

A expectativa é de que outros, com características de tolerância a diferentes herbicidas, também sejam aprovados. Haveria mais ofertas para produtores adotarem boas práticas agronômicas, a partir de uma rotação dessas tecnologias. A adoção de organismos geneticamente modificados (GM) globalmente gerou um benefício econômico total de US$ 167,8 bilhões entre 1996 e 2015, considerando uma redução nos custos de produção de US$ 52,6 bilhões e ganhos de produtividade equivalentes a US$ 120,9 bilhões. Nas últimas duas décadas, os 574 milhões de toneladas de produtividade obtidos por meio da biotecnologia economizaram 174 milhões de hectares de terra de serem lavrados e cultivados. O ISAAA destacou ainda a redução da emissão de CO2 pela menor necessidade de entrada de máquinas e equipamentos nas lavouras. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica.


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