Colheita da 2ª safra de 2017 avança no PR e em MT

Em Mato Grosso, a colheita de milho da 2ª safra começa a ganhar força, com aceleração também da comercialização. No Paraná, a retirada dos grãos é limitada a poucas áreas. Se por um lado o excesso de umidade recente despertou preocupação com a qualidade do grão, a perspectiva é de aumento da produtividade nos dois principais Estados produtores de milho do Brasil. A expectativa do mercado era de receber milho novo de Mato Grosso ainda em maio, o que acabou não acontecendo pelo excesso de umidade no fim do ciclo. Os primeiros lotes apresentaram um percentual maior de grãos avariados. Nas últimas duas semanas, com o clima mais seco, a qualidade dos grãos melhorou. Houve problemas de grãos avariados e de qualidade, mas os primeiros relatos de produtividade são bons. A expectativa é de uma média recorde de 104,4 sacas de 60 Kg por hectare no Estado, com oferta concentrada em junho e julho. A previsão é de tempo bom para colher até o início de julho.

Segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), o clima muito úmido entre o fim de maio e o começo de junho causou problemas de qualidade em algumas variedades, mas ressaltou que se trata de situações pontuais. Casos de aflatoxina, micotoxina produzida por fungos, despertaram preocupação entre as tradings e têm sido monitorados de perto. Quando é detectada a ocorrência, os grãos estão sendo enviados para laboratório. A colheita em Mato Grosso começou de fato no início deste mês e o ritmo está normal. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a colheita atinge 12,1% da 2ª safra de 2017, contra 10,3% há um ano. Todas as regiões do Estado têm máquinas no campo, depois que as chuvas cessaram no Estado na semana retrasada. O médio-norte e o oeste estão com trabalhos mais adiantados. À medida que o milho sai do campo, a comercialização também cresce.

Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), 60,5% da 2ª safra de 2017 estava negociada em junho, contra 46,7% em maio, embora ainda com atraso ante igual período do ano passado, quando 84,8% havia sido vendida. Segundo a Aprosoja-MT, as vendas foram estimuladas especialmente pelos leilões de PEP e Pepro do governo. Os produtores foram atendidos pelo governo em relação ao aumento no prazo de comprovação da emissão da nota de 35 dias para 180 dias após o escoamento e a demanda pela subvenção aumentou. A oferta no disponível, contudo, ainda não cresce no mesmo ritmo. O produtor que teve perda de qualidade deve aguardar para colher mais talhões antes de ampliar o volume ofertado. Os produtores esperam o milho secar na lavoura a fim de evitar descontos.

No Paraná, segundo maior produtor de milho do Brasil, a colheita atingia na segunda-feira (19/06) 2% da área de 2ª safra, conforme o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria estadual da Agricultura (Seab). Os trabalhos começam muito lentamente. Nas últimas quatro semanas ficaram estacionados em 1% da área prevista. As áreas colhidas até o momento estão localizadas no sul e sudoeste do Estado, que não são as principais de cultivo. A área plantada no Estado está estimada em 2,4 milhões de hectares. O plantio da safra deste ano atrasou. No oeste do Paraná, o atraso foi de 10 a 15 dias. Nas regiões de Cascavel e Toledo, os trabalhos se restringem a poucas áreas e não superam os 1%. Na região oeste, a colheita deveria iniciar esta semana, mas ocorreram chuvas. A perspectiva é de clima mais favorável nos próximos dias. Por causa da umidade, problemas de qualidade no milho não estão descartados.

Há pontos de qualidade menor, há problemas de acamamento de lavouras com os vendavais, que pode prejudicar na hora de colher, mas isso em um cenário mais amplo pode não significar uma mudança significativa nos números. A amplitude térmica deve aumentar, o que significa temperaturas mais altas em parte do dia, contribuindo para o desenvolvimento das lavouras, especialmente no norte, onde a maior parte da colheita ocorre mais para frente, entre julho e agosto. Considerado o plantio de milho de 2ª safra em todo o Centro-Sul, a colheita deve ficar acima da média histórica, mas abaixo do observado em igual período do ano passado, em grande parte devido à situação do Paraná. A chuva atrapalhou a saída da soja e atrasou o plantio de milho da 2ª safra no Estado. Os produtores temem problemas de qualidade se a umidade persistir. Já há pontos com doenças em áreas de milho já prontas.

Se isso persistir por muito tempo, pode haver mais problemas, pelo menos nesse primeiro milho pronto para colher e que não está sendo colhido por causa da umidade. A produtividade prevista no Estado deve ser recorde, de 104,1 sacas de 60 Kg por hectare, embora o risco de geadas ainda precise ser monitorado. Do lado da demanda, os consumidores internos aguardam a aceleração dos trabalhos de campo para adquirir volumes maiores do cereal. Os consumidores não tiveram grandes problemas este ano porque sobrou estoque do ano passado. Os negócios estão avançando, uma vez que produtor tende a segurar a soja e negociar o milho, mesmo com preço mais baixo. A partir de agora, o oferta de milho deve aumentar. A tendência pelo menos até julho é de que compradores indiquem preços mais baixos do que os do ano passado. O Brasil deverá exportar 30 milhões de toneladas de milho este ano, sem comprometer o abastecimento interno, como ocorreu entre 2015 e 2016, quando a demanda externa e os preços atraentes impulsionaram as vendas externas de milho, afetando o fornecimento para a cadeia de aves e suínos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica.


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