Preços do milho sob pressão da demanda retraída

No mercado interno, a demanda está retraída, tanto no Centro-Oeste como na Região Sul do País. Empresas do setor de carnes, que nesta época do ano costumam adquirir volumes, estão praticamente ausentes do mercado. Com isso, os preços se mantêm pressionados. A baixa demanda se deve a diversos fatores, como aquisição antecipada de milho no ano passado, quando o cenário era de escassez de cereal e preços altos no mercado interno; consumo interno ainda enfraquecido; e menor demanda por carne bovina in natura decorrente do embargo dos Estados Unidos à carne brasileira e da Operação Carne Fraca da Polícia Federal. Na maioria das regiões, a negociação é apenas pontual.

Quando os preços indicados por compradores e vendedores se aproximam, a divergência é sobre os prazos. Desta forma, o mercado segue travado. Em Mato Grosso, na região de Campo Verde, a procura do mercado interno está bem abaixo da observada no ano passado. O preço ofertado está abaixo do preço de exportação, é um ano atípico. Os compradores indicam entre R$ 14,00 e R$ 15,50 por saca de 60 Kg/saca. Nos últimos dias, os preços se mantêm estáveis. Indicações de exportadores são superiores, mas os prazos, mais longos, não atraem vendedores. A indicação para exportação está entre R$ 16,80 e R$ 17,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em agosto e pagamento em setembro.

Os vendedores têm a expectativa de que os preços possam melhorar, impulsionados pelo clima desfavorável às lavouras dos Estados Unidos. Quanto à 2ª safra de 2018, os compradores indicam entre R$ 16,00 e R$ 16,50 por saca de 60 Kg FOB, para retirada em julho e pagamento em agosto do ano que vem. No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, o mercado disponível está parado. Os compradores indicam entre R$ 25,00 e R$ 24,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada imediata e pagamento em 45 dias. Os vendedores não se interessam neste patamar de preços e se retraem, na expectativa de preços mais remuneradores. Empresas consumidoras do Estado estão atuantes no mercado ou trazem grandes volumes de milho de outras regiões produtoras.

Quanto à comercialização antecipada da safra de verão (1ª safra 2017/2018), os compradores indicam US$ 130,00 por tonelada no Porto de Rio Grande, o que representa R$ 27,00 por saca de 60 Kg. Descontando o valor do frete, de R$ 5,00 por saca de 60 Kg, o preço para retirada no interior do Estado seria entre R$ 22,00 e R$ 23,00 por saca de 60 Kg. No Paraná, na região dos Campos Gerais, os preços registram alta, mas, apesar disso, a negociação avança pouco. Os compradores indicam entre R$ 25,00 e R$ 25,50 por saca de 60 Kg, para entrega imediata em fábricas de Castro e pagamento em 30 dias. Para exportação, a indicação de compra é de R$ 25,00 por saca de 60 Kg em Ponta Grossa e R$ 24,00 por saca de 60 Kg para áreas ao redor, para retirada em agosto e pagamento no fim de agosto.

Os vendedores estão retraídos e aguardam, na expectativa de oportunidades mais remuneradoras. Nas regiões oeste e norte do Estado, o volume de ofertas segue aumentando à medida que a colheita avança. Na região oeste, os compradores indicam R$ 20,00 por saca de 60 Kg, para retirada imediata e pagamento em 30 dias. Para milho posto em fábrica do norte do Estado, a indicação está entre R$ 20,00 e R$ 21,00 por saca de 60 Kg, nos mesmos prazos. Apesar da expectativa de uma colheita volumosa na 2ª safra no Estado, a elevação da paridade de exportação tem sustentado os preços. No Porto de Paranaguá, a indicação está entre R$ 27,50 e R$ 28,00 por saca de 60 Kg, para entrega em agosto e pagamento em fim de agosto e início de setembro.


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