Bloqueio na BR-163 pode paralisar os embarques

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), os embarques de soja e milho pelo terminal de Miritituba (PA) devem ser interrompidos hoje (14/07), por falta de produto. Bloqueios itinerantes no eixo da BR-163 no sudoeste do Pará estão segurando os caminhões e atrasando o escoamento da safra. Os protestos, que ocorrem desde a semana passada, se devem ao veto do presidente Michel Temer às Medidas Provisórias 756 e 758, que alteram os limites da Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, do Parque Nacional do Jamanxim e da Área de Proteção Ambiental (APA) do Tapajós, e estão relacionados a questões fundiárias e de atividade econômica na região. Os embarques em Miritituba praticamente cessaram, porque não tem mais mercadoria. Em mais uma semana, as exportações por Barcarena (PA) também vão parar. A situação está chegando no limite.

Os prejuízos só crescem porque navios vão ter que ser cancelados ou redirecionados. Nesta quinta-feira (13/07), o bloqueio ocorria na região de Alvorada da Amazônia. Nesta sexta-feira (14/07), a manifestação deve ocorrer em Novo Progresso. Nos dias seguintes, estão programados protestos para Morais Almeida, Comunidade São Francisco/Aruri, Três Boeiras e Caracol. Os bloqueios têm ocorrido com a interrupção do tráfego durante 24 horas. A passagem só é liberada em caso de emergência, caso das ambulâncias. A Abiove tenta sensibilizar o governo para tomar uma ação efetiva o mais rápido possível para desbloquear a rodovia. O governo ainda está avaliando quando vai mandar a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e entrar com as ações judiciais de interdito proibitório. A associação ainda não tem conhecimento de uma ordem para a PRF intervir no local, porque isso envolve a liberação de recursos extras, com deslocamento e diárias.

Os prejuízos ocorrem em duas frentes: no atraso e cancelamento de navios e na diminuição das compras de milho e soja que sairiam pelos terminais do Pará. O prejuízo estimado é de US$ 400 mil por dia, que é o custo de cancelamento e demurrage de navios. Além disso, há o prejuízo de R$ 1,5 milhão por dia, que são os negócios que deixam de ser feitos, a compra de milho e soja e o armazenamento. Isso é uma renda que deixa de entrar para a cadeia produtiva e vira um valor perdido. Não só a exportação está sendo afetada, mas as próprias granjas do Estado, já que os armazéns do interior do Pará também não recebem o produto. No momento, o bloqueio está em 100%. Além dos prejuízos com a queda nas exportações pelo Pará, pode haver consequências para o preço do milho, que está sendo colhido neste momento, em virtude da retração de compradores.

Além disso, há todos os empregos relacionados à cadeia produtiva, movimentação e transportes. A Abiove pediu ao governo que monte uma força-tarefa para atuar no desbloqueio da rodovia, e a associação segue em contato com os ministérios da Agricultura, dos Transportes, da Casa Civil, além do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e Polícia Rodoviária Federal (PRF). Porém, ainda não há uma ação efetiva e o desbloqueio. Na semana passada, a associação já havia enviado ofício, junto com a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e Associação Dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (Amport), informando sobre o problema e pedindo medidas emergenciais. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica.


Voltar

Copyright 2017 Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica
Todos os direitos reservados.