MS: faltam espaços para armazenar a safra de milho

Produtores, entidades do setor agrícola e o poder público correm contra o tempo para encontrar alternativas para armazenar a safra recorde de milho, estimada em 10 milhões de toneladas este ano. O governo estima que os armazéns só consigam comportar 43% da safra, já que grande parte dos silos está ocupada com estoques de soja que não foram vendidos. O milho está sendo vendido antecipadamente a R$ 16,00 por saca de 60 Kg, em média. O valor está muito abaixo dos R$ 40,00 por saca de 60 Kg da safra passada e considerado preço de custo para os produtores. Nesse cenário e com previsão de safra recorde, provavelmente os produtores terão que pagar para guardar o grão. Segundo o governo do estado de Mato Grosso do Sul, o problema é antigo, mas tomou dimensões nunca vistas em razão das super safras. Existe uma grande preocupação, tanto que o governo flexibilizou a paridade do milho. O Estado vai precisar fazer uma aceleração do processo de construção de armazéns.

Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famasul), a colheita do milho de 2ª safra ainda está no início, tendo sido colhidos até o momento cerca de 15% da área plantada. Do total previsto para a safra, de 10% a 15% haviam sido comercializados antecipadamente, devendo os grãos serem ensacados e despachados assim que forem colhidos. Sobre o restante, a estimativa é de que faltará espaço para armazenar pelo menos três milhões de toneladas. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tem alguns armazéns públicos para ajudar a estocar o grão, porém, a autarquia não tem fôlego financeiro para manter esses locais e muitos acabam se deteriorando. Se estivessem funcionando, não resolveriam o problema, mas seriam alternativa para reduzi-lo. A Famasul está pleiteando que os armazéns da Conab sejam cedidos para as cooperativas agrícolas ou para a iniciativa privada, pois elas conseguem movimentar recursos mais facilmente, reativando ou reformando os armazéns.

Os municípios de Cassilândia e Chapadão do Sul, por exemplo, possuem silos públicos que estão desativados e poderiam ajudar a estocar o milho excedente. Em Dourados e São Gabriel do Oeste, dois armazéns públicos estão em vias de serem repassados para cooperativas. Isso deve ajudar, mas não resolve o problema. As lavouras de milho do Estado foram avaliadas em R$ 3,5 bilhões segundo levantamento do VBP (Valor Bruto da Produção) com base em informações de junho. O índice é elaborado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O montante teve queda de R$ 274 milhões em relação aos resultados registrados no mesmo período do ano passado, quando o grão foi estimado em R$ 3,8 bilhões.


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