Tendência é de estabilização para preços do milho

Com o ritmo mais forte de exportações neste mês de julho e com a sequência de leilões de apoios à comercialização realizados pela Conab, a tendência é de estabilização dos preços do milho no mercado interno. As cotações futuras estão em alta em Chicago e o mercado interno já consolida um piso para os preços, que devem ganhar mais sustentação até o final de 2017. O avanço da colheita tem pressionado as cotações do milho no mercado interno. No entanto, a alta dos preços nas regiões dos portos, limita as baixas. Nos últimos sete dias, os vendedores diminuíram o ritmo de negociação, por considerarem baixo o atual patamar de valores. Assim, esses agentes estão atentos às oportunidades de negócios, seja por meio de leilões da Conab ou por causa das elevações dos preços de exportação. Os compradores, por sua vez, continuam realizando aquisições pontuais, de acordo com a necessidade.

No mercado spot, o comportamento dentre as regiões está bastante distinto, o que indica peso maior das negociações regionais. Nos últimos sete dias, os valores no mercado de balcão (pago ao produtor) apresentam baixa de 1,8%, refletindo o avanço da colheita nos estados do Paraná e de Mato Grosso do Sul, principalmente. Para o mercado de lotes (negociações entre as empresas), no entanto, as cotações permanecem estáveis no mesmo período. Em São Paulo, na região de Campinas, o Indicador ESALQ/BM&F não apresenta variação nos últimos sete dias, cotado a R$ 26,63 por saca de 60 Kg. Ainda há preferência de compradores em negociar com produtores de São Paulo, em detrimento dos outros Estados. Nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP), por outro lado, os preços registram alta de 4,0% e 2,6% nos últimos sete dias, respectivamente, devido às altas na Bolsa de Chicago.

Quanto às exportações, nas duas primeiras semanas do mês, o Brasil embarcou 819,2 mil toneladas de milho, com média diária de 81,9 mil. Caso esse ritmo se mantenha, ao final do mês, o País pode exportar 1,7 milhão de toneladas, volume 45% acima do registrado no mês anterior. Nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP), os volumes do cereal para carregamento nas próximas semanas seguem relativamente estáveis, em 1,61 milhão de toneladas, segundo os line ups dos respectivos portos. Após a baixa demanda da edição anterior, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reajustou o valor dos prêmios para a nona rodada de leilões de apoio à comercialização, realizados nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. Para a venda, o valor mínimo do prêmio de abertura esteve entre R$ 3,258 por saca de 60 Kg (Goiás e Distrito Federal) e R$ 5,316 por saca de 60 Kg (norte de Mato Grosso).

Na modalidade PEP (Prêmio para Escoamento do Produto), houve 100% de demanda para as 180 mil toneladas ofertadas. Na modalidade Pepro (Prêmio Equalizador pago ao Produtor), das 376 mil toneladas ofertadas, 360 mil toneladas foram comercializadas, demanda de 95,74%. Para a próxima safra 2017/2018, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), realizou mudanças nos valores do cereal referentes às operações ligadas à Política de Garantia dos Preços Mínimos (PGPM), de acordo com a Portaria Nº 1.577, de 17 de julho de 2017. Para as Regiões Centro-Oeste (exceto Mato Grosso), Sudeste e Sul, o aumento foi de 1,3%, para R$ 19,47 por saca de 60 Kg e, para os estados de Mato Grosso e Rondônia, a elevação foi de 1,3%, passando para R$ 16,71 por saca de 60 Kg. Para a Região Norte (exceto Rondônia) e oeste da Bahia, sul do Maranhão e sul do Piauí houve redução de 3,4% em relação à atual temporada, com o Preço Mínimo reajustado a R$ 20,85 por saca de 60 Kg.

No campo, o clima mais seco em boa parte do País, especialmente no Centro-Oeste, continua favorecendo os avanços das atividades. Porém, a colheita no Paraná ainda está atrasada em relação ao mesmo período do ano passado, alcançando 30% da área até o dia 17 de julho. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), em Mato Grosso, a atividade continua em ritmo intenso, com 62% da área colhida, avanço de 12,7% entre os dias 7 e 14 de julho. Na Argentina, a colheita está em ritmo mais lento, com elevação de 3,8% na última semana, completando 59,4% da área nacional até o dia 20 de julho. Os maiores avanços continuam observados na região norte do país. Nas províncias de La Pampa e Buenos Aires, a alta umidade ainda dificulta a entrada de maquinário no campo. As lavouras de milho nos Estados Unidos, continuam a apresentar piora nas condições de desenvolvimento.

Segundo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as lavouras consideradas boas ou excelentes correspondiam a 64% da área, 21% menor que no mesmo período de 2016. Na Bolsa de Chicago, os contratos do milho registram alta. O clima quente e seco em plena fase de polinização, fator determinante para a produtividade da planta, foi novamente o principal fator de impulso dos preços. Nos últimos sete dias, o vencimento Setembro/2017 registra alta de 8,3%, cotado a US$ 3,91 por bushel. Para o contrato Dezembro/2017, a alta é de 5,7%, a US$ 4,04 por bushel. No Brasil, os contratos futuros de milho negociados na BM&F seguem em alta. O contrato Setembro/2017 apresenta avanço de 2,4% nos últimos sete dias, cotado a R$ 26,61 por saca de 60 Kg. O contrato Novembro/2017 registra expressivo aumento de 4,4%, cotado a R$ 28,66 por saca de 60 Kg. Fontes: Cepea e Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica.


Voltar

Copyright 2017 Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica
Todos os direitos reservados.