Tendência altista para preços do milho no Brasil

No mercado interno, no curto prazo, a colheita da safra de verão (1ª safra 2017/2018) avança, mas sem impor pressão baixista sobre os preços. No médio e longo prazo, a tendência é de preços médios superiores em 2018, quando comparados com a média de 2017. Além da menor produção estimada para as duas safras de 2018, os estoques finais devem recuar no Brasil e o risco climático estará maior durante o desenvolvimento da 2ª safra deste ano, ao contrário do ano passado. As cotações do milho seguem em alta na maior parte das regiões. Os aumentos mais expressivos são verificados nas regiões consumidoras, como São Paulo. A alta está atrelada principalmente ao aumento dos fretes nos últimos dias, reflexo do avanço do escoamento da soja. O Indicador ESALQ/BM&F (referência Campinas-SP) registra significativa alta de 6,6% nos últimos sete dias, cotado a R$ 36,11 por saca de 60 Kg, o maior patamar nominal desde março/2017.

Em termos reais, a média mensal, é a maior desde fevereiro/2017 (os valores deflacionados pelo IGP-DI de janeiro/2018). Nos últimos sete dias, a alta é de 2,4% no mercado de disponível (negociação entre empresas) e de 2,3% no mercado de balcão (preço pago ao produtor). Em São Paulo, na região da Sorocabana, o aumento é de 10,2% no mesmo período. Em Mato Grosso do Sul, na região de Dourados, a elevação é de 4,3%. No Paraná, na região oeste, a alta é de 4,0% e em Santa Catarina, na região de Chapecó, alta de 2,5%. As altas nos preços, por sua vez, motivam vendedores a negociar o cereal. Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam que 25,7% da 2ª safra 2017/2018 havia sido comercializada até o dia 16 de fevereiro, avanço de 5,8% em relação ao verificado no mês passado, mas ainda 10% abaixo do mesmo período da safra 2016/2017. Quanto às exportações, o ritmo tem se reduzido, visto que agentes priorizam o escoamento da soja.

Nos primeiros 18 dias úteis deste mês, foram embarcadas 914,2 mil toneladas de milho. Nos portos, as dificuldades na comercialização têm elevado os preços do milho. No Porto de Paranaguá (PR), verifica-se forte alta de 8% na parcial deste mês. O plantio da 2ª safra 2017/2018 (inverno) no Centro-Sul atinge 44% da área estimada, inferior aos 58% de um ano atrás e dos 48% da média de 5 anos. O plantio avança bem em Mato Grosso, seguindo-se à colheita da soja, mas está atrasado em outras áreas do país. No Paraná e em Mato Grosso do Sul, os produtores não têm conseguido fazer o plantio do milho imediatamente após a colheita da soja, pois o solo está muito úmido. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, até o dia 21 de fevereiro, a colheita na Argentina havia atingido 2% da área. Os rendimentos do cereal podem ficar abaixo do esperado, em função do estresse hídrico sofrido nos principais períodos de desenvolvimento de cultura.

Em termos de produção, a nova estimativa para a Argentina é de 37 milhões de toneladas, ante as 39 milhões de toneladas divulgadas anteriormente. Na B3, influenciado pelas altas nos preços do mercado físico, os futuros também registram altas. Nos últimos sete dias, o contrato Março/2018 apresenta valorização de 6,2%, a R$ 36,27 por saca de 60 Kg. Os contratos Maio/2018 e Julho/2018 estão cotados a R$ 35,15 por saca de 60 Kg e R$ 34,22 por saca de 60 Kg, altas de 4,7% e 4,0%, na mesma ordem. Na Bolsa de Chicago, nos últimos sete dias, o vencimento Março/2018 registra recuo de 0,3%, a US$ 3,66 por bushel. Os contratos Maio/2018 e Julho/2018 apresentam queda de 0,2%, para US$ 3,74 por bushel e US$ 3,82 por bushel. Fontes: Cepea e Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica.


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