Tendência altista para preços do milho no Brasil

A tendência é altista para os preços do milho no Brasil, com problemas de maior risco para a 2ª safra de 2018, vendedores retraídos no Brasil, futuros mais altos em Chicago e quebras expressivas na safra da Argentina. Os preços do milho seguem em alta no Brasil e no mercado externo. Apesar do período de colheita da safra de verão (1ª safra 2017/2018) e dos bons volumes ainda em estoques, a restrição vendedora e incertezas quanto à 2ª safra nacional e à produção na Argentina dão impulso aos preços de novos negócios nos mercados spot e a termo. A previsão é da segunda maior produção de milho da história no Brasil em 2018. No geral, o ano deve ter disponibilidade interna equivalente à de 2017. Diante dos elevados patamares de preços, os compradores realizam novos negócios apenas para repor estoques no curto prazo, o que reduziu a liquidez.

Vale lembrar que o movimento de alta nos preços ocorreu em maior intensidade no início da semana passada, quando compradores, principalmente os de regiões deficitárias, como São Paulo e Santa Catarina, estiveram mais presentes no mercado. Os aumentos mais intensos seguem sendo verificados nestas regiões, mas agora o movimento de alta é observado em outras regiões que cultivam segunda a 2ª safra e em regiões do Nordeste, como Recife (PE), compradora líquida. O Indicador do milho ESALQ/BM&F (Campinas – SP) registra expressiva alta 4,0%, cotado a R$ 41,32 por saca de 60 Kg, sendo o maior patamar nominal desde outubro de 2016. Nas regiões norte e oeste do Paraná, nos últimos sete dias, os preços apresentam elevações de 14,8% e 10,6%, respectivamente. Nos últimos sete dias, a alta é de 7,6% no mercado de disponível (negociação entre empresas) e de 5,6% no mercado de balcão (preço pago ao produtor).

No campo, chuvas intercaladas de sol vêm auxiliando os trabalhos e o desenvolvimento das lavouras de milho. No Paraná, a colheita da safra de verão (1ª safra 2017/2018) alcança 17%, enquanto o plantio da 2ª safra de 2018 totalizou 70% da área. Da safra, 84% estão em boas condições e apenas 14% apresentam condições médias e 1%, ruins. Em Mato Grosso, foram semeados 84% da área prevista para o Estado na 2ª safra, avanço de 16% em relação à semana anterior, mas ainda 7,5%. menor que o mesmo período da temporada passada. A área estimada para o Estado foi reajustada positivamente em 0,6%, e a produtividade passou a ser estimada em 96,3 sacas de 60 Kg por hectare. Com isso, a produção é estimada em 25,9 milhões de toneladas, 14,9% maior que a média dos últimos cinco anos. Na Argentina, o clima seco durante o desenvolvimento das plantas fez com as estimativas de produção novamente se reduzissem. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, com a colheita em andamento, os rendimentos observados são menores que os estimados inicialmente.

Com isso, a expectativa é de que a produção argentina fique em 34 milhões de toneladas, 5 milhões de toneladas a menos que a temporada anterior. Na quinta-feira (08/03), o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou novo relatório de oferta e demanda de milho. Para os Estados Unidos, o USDA manteve a estimativa de produção, em 370,9 milhões de toneladas, e aumentou a de exportação, para 56 milhões de toneladas, quantidade 8,7% maior que o relatório anterior, com isso diminuiu em 9,6% as estimativas de estoque final, em relação ao relatório anterior. A produção mundial está prevista em 1,042 bilhão de toneladas (redução de 3,1% sobre 2016/2017) e o consumo, em 1,074 bilhão de toneladas (aumento de 1,5%). As transações externas são previstas em 151,6 milhões de toneladas, com salto de 7% sobre a temporada anterior.

Com demanda superando a oferta, a relação estoque/consumo deve se reduzir para 18,5%, a menor em cinco safras. Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros registram alta nos últimos sete dias, impulsionados sobretudo por preocupações com o clima na Argentina e pelos dados do USDA. Nos últimos sete dias, o vencimento Março/2018 registra avanço de 1,8%, a US$ 3,85 por bushel. Os contratos Junho/2018 e Setembro/2018 apresentam avanço de 1,9% e 1,8%, indo para US$ 3,93 por bushel e US$ 4,00 por bushel, respectivamente. Na B3, os contratos futuros do milho subiram nos últimos sete dias. O contrato Março/2018 apresenta alta de 2,1%, a R$ 40,64 por saca de 60 Kg. Os contratos Maio/2018 e Junho/2018 registram avanço de 1,2% e 0,9%, a R$ 37,9º por saca de 60 Kg e R$ 36,23 por saca de 60 Kg. Fontes: Cepea e Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica.


Voltar

Copyright 2018 Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica
Todos os direitos reservados.