Preços do milho estáveis entravam comercialização

Os compradores de milho no mercado à vista encontraram nos últimos dias argumentos para crer que conseguirão se abastecer pagando abaixo dos preços atuais e, com isso, não estão elevando os valores indicados a vendedores pelo cereal. Na semana passada, o governo federal confirmou que fará leilões de venda de estoques públicos, notícia que veio acompanhada da informação de que grandes empresas consumidoras estão importando milho do Mercosul e cogitando se abastecer também de cereal dos Estados Unidos. Em certas regiões, os consumidores adquiriram alguns volumes nas últimas semanas e ganharam fôlego para se ausentar temporariamente do mercado. Com a estabilidade atual dos preços, não há registro de negócios, pois os vendedores se mantêm firmes nos valores indicados.

Em Mato Grosso, na região de Primavera do Leste, confinamentos e usinas de etanol continuam indicando R$ 25,00 por saca de 60 Kg FOB, para pagamento antecipado e retirada imediata, queda de R$ 1,00 por saca de 60 Kg nos últimos dias, o que desestimula os negócios. Os preços vêm recuando gradualmente. Nos últimos sete dias, a queda é de R$ 1,50 por saca de 60 Kg. O mercado está travado pela divergência de preços entre compradores e vendedores. Os compradores estão diminuindo os valores indicados por causa da notícia do governo de colocar à venda milho em leilões. A comercialização da 2ª safra de 2018 também está parada. Os produtores têm a expectativa de que os preços podem subir, em virtude da previsão de uma colheita menor na temporada.

Além disso, temem se comprometer agora e depois não conseguir cumprir os contratos. Tradings indicam R$ 21,00 por saca de 60 Kg CIF, para embarque e pagamento em agosto. Há indicações de compra também entre R$ 19,00 e R$ 19,50, nos mesmos prazos. No Paraná, na região oeste, os compradores indicam entre R$ 38,50 e R$ 39,00 por saca de 60 Kg, para retirada imediata e pagamento em 30 dias. Os vendedores permanecem retraídos. Os preços se mantêm estáveis nos últimos dias. No Porto de Paranaguá, a indicação de compra no spot é de R$ 34,00 por saca de 60 Kg, valor distante do praticado para consumo doméstico. Quanto à comercialização antecipada da 2ª safra de 2018, os compradores indicam R$ 30,00 por saca de 60 Kg, para retirada em julho e pagamento em agosto.

No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, o mercado spot de milho está travado em função da colheita de soja e do recuo de preços do cereal. Além disso, os compradores se abasteceram nos últimos dias e a demanda é menor nesta semana. Os compradores indicam entre R$ 39,00 e R$ 40,00 por saca de 60 Kg CIF colocada na Serra Gaúcha, no Vale do Taquari e em Porto Alegre, para embarque imediato e pagamento em 30 dias, queda de R$ 2,00 por saca de 60 Kg nos últimos sete dias. Os vendedores não demonstram interesse de venda. O mercado ainda trabalha com a expectativa da possibilidade de grandes agroindústrias da região importarem volumes expressivos de milho do Mercosul, especialmente do Paraguai. O leilão de estoques públicos anunciado pelo governo federal ainda não influenciou as negociações na região.


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