Tendência de preços sustentados do milho no Brasil

A tendência é altista no curto e médio prazos para os preços do milho no mercado brasileiro. Houve uma redução de 16% na produção da 1ª safra 2017/2018 (verão), em decorrência da forte retração da área de cultivo no Brasil. A projeção da nossa Consultoria é de um recuo de 4,5% na área de cultivo da 2ª safra 2017/2018 (inverno), em decorrência de condições adversas no período de implantação das lavouras, devido aos atrasos na colheita da soja. Há uma quebra expressiva da safra da Argentina, que é o 3º maior exportador global de milho, atrás dos Estados Unidos e do Brasil. As exportações brasileiras estiveram aquecidas, com crescimento de 124% no volume embarcado no 1º trimestre de 2018 em relação ao mesmo período de 2017, devido ao preço competitivo do grão brasileiro em relação ao norte-americano e ao argentino. Há um prêmio de risco climático da 2ª safra adicionado aos preços, até que o mercado tenha um conhecimento mais preciso do volume a ser colhido.

Além disso, a recente alta do dólar no Brasil eleva a paridade de exportação do milho nos portos brasileiros. As negociações envolvendo o milho ocorrem de maneira pontual no mercado brasileiro. Os produtores estão retraídos, à espera de oportunidades para ofertar o cereal, enquanto os compradores adquirem novos lotes apenas quando há necessidade de repor estoques no curto prazo. O clima vem favorecendo o desenvolvimento das lavouras da 2ª safra de 2018, projetada em 63 milhões de toneladas. A estimativa de consumo interno é de 59 milhões de toneladas. No mercado internacional, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu as estimativas da produção brasileira para 92 milhões de toneladas, queda de 2,6% em relação ao relatório anterior. Para a Argentina, a produção foi reajustada negativamente em 8,3% em relação ao relatório de março, agora estimada em 33 milhões de toneladas.

A produção mundial da temporada 2017/2018 foi estimada em 1,036 bilhão de toneladas, 5,7 milhões de toneladas abaixo da estimativa de março e 3,7% menor que a da safra 2016/2017. O consumo também acompanhou a queda mensal, caindo para 1,069 bilhão de toneladas, 5,24 milhões de toneladas a menos que o relatório de março. Frente à safra passada, no entanto, projeta-se alta de 1,0% no consumo mundial. Nesse cenário, o estoque final global cai, passando a 197,7 milhões de toneladas. A relação estoque/consumo deve passar para 18,5%, a menor em cinco safras. Nos Estados Unidos, os produtores iniciaram o plantio de milho e seguem atentos ao clima úmido e frio, que limita o trabalho no campo. Da área total, 2% havia sido semeada até o dia 10 de abril. Na Argentina, 24,7% da área nacional havia sido colhida até o dia 12 de abril. Apesar das chuvas registradas nas lavouras argentinas, a projeção de produção segue em 32 milhões de toneladas.

No Brasil, nas principais regiões produtoras, o clima segue colaborando para a colheita da safra verão (1ª safra 2017/2018) e para o plantio da 2ª safra de 2018, que estão na fase final. Em termos de preços, nos últimos sete dias, o mercado de balcão (preço pago ao produtor) registra avanço de 0,2%, e o mercado de lotes, alta de 0,7%. Em São Paulo, na região de Campinas, o Indicador ESALQ/BM&F está cotado a R$ 40,47 por saca de 60 Kg, queda de 1,7% nos últimos sete dias. Um maior volume de milho proveniente da Região Centro-Oeste chegou a ser ofertado na semana passada no mercado de São Paulo, pressionando as cotações. Na B3, os contratos de milho também registram quedas. O vencimento Maio/2018 está cotado a R$ 38,95 por saca de 60 Kg, recuo de 2,7% nos últimos sete dias. O vencimento Julho registra queda de 1,0%, a R$ 37,05 por saca de 60 Kg. Na Bolsa de Chicago, o vencimento Julho/2018 está próximo dos US$ 4 por bushel. Fontes: Cepea e Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica.


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