Tendência baixista do milho com oferta da 2ª safra

Com o avanço da colheita da 2ª safra de 2018, as dificuldades de escoamento, tanto para o mercado interno, quanto para exportação, a pressão baixista deve se acentuar no curto prazo sobre os preços do milho. Apesar de a colheita de milho da 2ª safra de 2018 ainda estar no início em algumas regiões brasileiras, muitos compradores já têm se retraído do mercado, à espera de quedas nos preços do cereal. Com isso, as aquisições de novos lotes ocorrem apenas quando há necessidade de atender à demanda de curto prazo. Do lado vendedor, a oferta está maior, já que muitos produtores precisam escoar a produção para entrada da 2ª safra de 2018. No geral, no entanto, ressalta-se que a liquidez é limitada pelas incertezas quanto aos fretes e quanto ao consumo interno, que pode se enfraquecer nos próximos meses, influenciado pela diminuição na produção avícola.

Nesse cenário, os preços estão em queda em praticamente todas as regiões, com exceção de algumas áreas consumidoras da Região Nordeste, justamente por conta da dificuldade logística. Em São Paulo, na região de Campinas, o Indicador ESALQ/BM&F registra recuo de 3,9% nos últimos sete dias, cotado a R$ 38,66 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os preços registram queda de 2,3% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e de 4,5% no mercado de lotes (negociações entre as empresas). As atuais baixas diminuem ainda mais o interesse de vendedores negociarem nos portos. Além disso, os preços para exportação são considerados baixos por vendedores, que preferem negociar no mercado interno. Na BM&F, o primeiro Julho/2018 apresenta recuo de 3,57%, a R$ 37,52 por saca de 60 Kg. Os contratos Setembro/2018 e Novembro/2018 registram desvalorização 1,7% e 2,1%, a R$ 36,50 por saca de 60 Kg e a 38,38 por saca de 60 Kg, respectivamente.

A colheita da 2ª safra ainda está no início. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), no Paraná, 1% das lavouras haviam sido colhidas até o dia 19 de junho, bem próximo ao indicado em 2017. A previsão de tempo firme deve intensificar a colheita da 2ª safra de 2018 nas próximas semanas. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), em Mato Grosso, houve avanço de 4,2% na colheita entre os dias 11 e 15 de junho, chegando a 6,23% da área estadual estimada, 5,89% acima do mesmo período do ano passado. As primeiras lavouras colhidas apresentam boa qualidade e que ainda é cedo para estimar perdas decorrentes da estiagem durante os meses de implementação das lavouras. As produtividades devem ser revisadas com números inferiores, principalmente em regiões do Paraná e São Paulo.

Nos Estados Unidos, o clima favorável e a disputa comercial do país com a China pressionam as cotações futuras do milho nos últimos sete dias. Na Bolsa de Chicago, o vencimento Julho/2018 registra recuo de 1,7%, a US$ 3,57 por bushel. Os contratos Setembro/2018 e Dezembro/2018 apresenta queda de 1,7% e 1,6%, cotados a US$ 3,66 por bushel e a US$ 3,78 por bushel, respectivamente. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 77% das lavouras estavam em condições boas e excelentes até o dia 17 de junho, mesmo percentual de 2017. Outros 19% estavam em condições médias (em 2017 eram 25% no mesmo período), 3%, ruins e 1%, muito ruins. Na Argentina, o clima seco também vem auxiliando o trabalho no campo. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, até o dia 21 de junho, o país contava com 51,3% da área colhida, 6,3% acima do observado na semana anterior. Porém, a produtividade segue caindo e agora é estimada em 6,5 toneladas por hectare e a produção, em 32 milhões de toneladas. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.


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