Tendência é baixista com os compradores retraídos

A tendência de baixa para os preços do milho deve se intensificar no mercado brasileiro, com a acentuada queda do dólar na parcial deste mês de outubro, fraco desempenho das exportações brasileiras e compradores retraídos. Na parcial de outubro, a queda nos preços do milho já supera os 6%, sendo a mais intensa para os primeiros 10 dias de um mês desde abril de 2017, quando chegou a 7,3%. Naquele período, a expectativa de uma safra recorde influenciava a baixa. Neste mês, a pressão vem do maior interesse de venda por parte do produtor e da retração de compradores, que adquirem apenas pequenos lotes para repor estoques de curto prazo. Além disso, a desvalorização do dólar e o bom andamento da safra de verão (1ª safra 2018/2019) também influenciam as baixas nos preços.

No acumulado de outubro, o Indicador ESALQ/BM&F (Campinas – SP) registra forte recuo de 6,2%, cotado a R$ 36,97 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, a baixa é de 3,6%. Na B3, os vencimentos Novembro/2018 e Janeiro/2019 apresentam desvalorização de 5,5% nos últimos sete dias, cotados a R$ 36,88 por saca de 60 Kg e a R$ 38,01 por saca de 60 Kg, respectivamente. O contrato Março/2017 registra recuo de 3,9% no mesmo período, a R$ 38,03 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os recuos são de 3,8% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 2,7% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Com relação ao atual ritmo das exportações, as efetivações de novos negócios nos portos de Paranaguá (PR) e de Santos (SP) estão em ritmo lento, com quedas nos preços do milho disponível de 1,6% e 8,0%, respectivamente, nos últimos sete dias.

Neste início de mês, os embarques de milho apresentaram o maior ritmo do ano. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos primeiros cinco dias úteis do mês, foram embarcadas 1,03 milhão de toneladas, com ritmo diário de 207,3 mil toneladas. Caso este ritmo permanece até o final de outubro, as exportações poderão atingir 4,5 milhões de toneladas. No campo, bons volumes de chuvas têm auxiliado no desenvolvimento da safra de verão (1ª safra 2018/2019), o que mantém as expectativas positivas para a colheita de 2018/2019. Na Bolsa de Chicago, no início da semana passada, as preocupações com o excesso das chuvas, que atrapalha o andamento da colheita, elevaram as cotações.

No entanto, no decorrer da semana, dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicando que a produção e estoques norte-americanos podem aumentar limitaram os ganhos. Nesse cenário, os contratos Novembro/2018 e Janeiro/2019 registram recuo de 1,3% e 1,2%, cotados a US$ 3,62 por bushel e a US$ 3,74 por bushel, respectivamente. Quanto à colheita nos Estados Unidos, apesar das chuvas, está mais avançada que no ano passado. Segundo o USDA, até o dia 7 de outubro, a colheita havia alcançado 34% da área nacional, 11% acima de 2017 e ainda 8% superior à média dos últimos cinco. Quanto à qualidade das lavouras, 68% estão em boas e excelentes condições, 20%, em condições médias e 12%, ruins ou péssimas. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.


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