Tendência é baixista com oferta da 2ª safra 2018

A tendência é baixista para os preços do milho no curto e médio prazos no mercado brasileiro, com a queda do dólar, o fraco desempenho das exportações, a necessidade de venda por parte dos produtores para abrir espaços para a safra de verão e com os compradores retraídos. Os valores de milho continuam em queda na maior parte das regiões, influenciados pela demanda enfraquecida e pelo aumento da oferta do cereal da 2ª safra de 2018, especialmente no Paraná e na Região Centro-Oeste. O clima favorável e o fraco desempenho das exportações nesta safra também pressionam os valores domésticos. As negociações, por sua vez, estão em ritmo lento, principalmente devido à retração de compradores, que aguardam valores ainda menores nas próximas semanas. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), até setembro, 44% da produção de milho do Paraná da safra 2017/2018 havia sido negociada.

Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), 85,1% da produção da 2ª safra 2017/2018 já está comprometida. Quanto à temporada 2018/2019 em Mato Grosso, que ainda será semeada, 8,15 milhões de toneladas foram negociadas, quantidade equivalente a 29,6% da produção atual. Em São Paulo, na região de Campinas, o Indicador ESALQ/BM&F registra recuo de 4,0% nos últimos sete dias, cotado a R$ 35,64 por saca de 60 Kg. Na parcial do mês, o Indicador acumula forte queda de 9,5%. Na B3, os contratos Novembro/2018 e Janeiro/2019 apresentam desvalorizações de 4,1% e 4,5%, respectivamente, a R$ 35,39 por saca de 60 Kg e a R$ 36,48 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, a queda é de 2% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor) e de 1,9% no mercado de lotes (negociação entre empresas). No acumulado do mês, as baixas são de 7,5% e de 5,9%, respectivamente. Quanto às exportações, estão um pouco mais aquecidas nos últimos dias.

Nos primeiros nove dias úteis de outubro, foram embarcadas 1,64 milhão de toneladas. Caso o ritmo diário se mantenha até o final do mês, as exportações podem superar as 4 milhões de toneladas registradas em setembro. Os novos negócios para exportação, no entanto, estão limitados, visto que os preços são considerados baixos frente aos verificados no físico nacional. No campo, o plantio do milho da safra de verão (1ª safra 2018/2019) tem avançado nas principais regiões. No Paraná, 85% da área estimada foi semeada até o dia 15 de outubro, contra 79% na semana anterior. Do total semeado, 100% das lavouras estão em boas condições. Quanto às fases, 90% estão em desenvolvimento vegetativo e 10%, em germinação. No Rio Grande do Sul, o grande volume de chuvas nos últimos dias fez com que o semeio avançasse de forma mais tímida. Os trabalhos de campo no Rio Grande do Sul chegaram a 55% da área estimada, avanço de 5% frente à semana anterior. Das lavouras, 98% das estão em desenvolvimento vegetativo e 2%, na fase inicial de floração.

Na Argentina, o retorno das chuvas favoreceu os trabalhos de campo. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, o semeio chegou a 32,6% da área estimada em 5,8 milhões de hectares na temporada 2018/2019. As cotações de milho avançaram na Bolsa de Chicago, refletindo o clima, que tem limitado o avanço da colheita do cereal nos Estados Unidos. De acordo com o relatório semanal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 39% das lavouras de milho haviam sido colhidas até o dia 14 de outubro, avanço de apenas 5% em relação à semana anterior. Quanto às condições das lavouras, 68% da safra norte-americana está entre boa e excelente; 20%, em condições médias e 12%, entre ruim e muito ruim. Nos últimos sete dias, o contrato Dezembro/2018 registra leve alta de 0,4%, cotado a US$ 3,70 por bushel. Os vencimentos Março/2019 e Maio/2019 apresentam avanço 0,5%, cotados a US$ 3,83 por bushel e a US$ 3,90 por bushel, respectivamente. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.


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