Tendência de pressão baixista para preço do milho

Com o aumento da oferta oriunda da colheita da 1ª safra deste ano e necessidade de abertura de espaços de armazenagem para a soja, a tendência baixista deve se acentuar sobre os preços domésticos do milho. Além destes fatores de curto prazo, ainda pesarão sobre o mercado a colheita de uma safra recorde na Argentina, a tendência de aumento da área de plantio na safra 2019/2020 nos Estados Unidos e a perspectiva de uma grande 2ª safra no Brasil em 2019. O avanço da colheita da safra de verão (1ª safra 2018/2019) tem elevado a necessidade de venda por parte dos produtores e, consequentemente, pressionado as cotações do cereal no mercado interno. No acumulado parcial deste mês, o Indicador ESALQ/BM&F registra expressivo recuo de 10%, cotado a R$ 38,10 por saca de 60 Kg. Do lado comprador, muitos estão retraídos do mercado, à espera de novas baixas nos próximos dias.

Esses agentes estão atentos ao clima, que segue favorecendo o desenvolvimento das lavouras, contexto que reforça a expectativa de oferta elevada. A safra 2018/2019 está estimada em mais de 93 milhões de toneladas, a segunda maior da história. Nos últimos sete dias, as baixas são de 1,2% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 2,6% no de lotes (negociações entre as empresas). Na parcial de março, os recuos são de 3,5% e de 3,8% para os respectivos mercados. As exportações seguem ocorrendo em menor ritmo. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos primeiros nove dias úteis do mês, foram embarcadas 407,4 mil toneladas de milho. Caso o atual ritmo diário se mantenha até o encerramento de março, as exportações podem atingir 860 mil toneladas, quantidade 42% superior à registrada no mesmo mês do ano passado, mas ainda 51% inferior à de fevereiro/2019.

Assim, refletindo o menor ritmo de negociação para exportação, nos últimos sete dias, os preços do milho disponível no Porto de Paranaguá (PR) apresentam queda de 5,9%, a R$ 38,10 por saca de 60 Kg. Até o momento, os negócios antecipados para exportação nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP) estão entre R$ 34,00 e R$ 36,00,00 por saca de 60 Kg, para os meses de agosto e setembro. Na B3, os preços estão em baixa. Nos últimos sete dias, o contrato Maio/2019 registra desvalorização de 2,4%, cotado a R$ 35,86 por saca de 60 Kg. Os contratos Junho/2018 e Setembro/2018 estão cotados a R$ 33,70 por saca de 60 Kg e a R$ 33,80 por saca de 60 Kg, quedas de 3,3% e de 3%, na mesma ordem. Nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná, a maioria das lavouras segue com o desenvolvimento melhor se comparado aos anos anteriores. A semeadura da 2ª safra está no final.

No Paraná, 94% da área já foi semeada e 95% destas lavouras apresentam boas condições. Em Mato Grosso, o plantio da 2ª safra está finalizado. Na Argentina, os produtores também têm tido dificuldades com a elevada umidade dos grãos. Porém, a colheita vem caminhando de forma satisfatória e, até o dia 21 de março, 8,5% das lavouras já haviam sido colhidas. Nos Estados Unidos, as cotações estão em alta, impulsionadas por preocupações com o clima adverso no país. Nos últimos dias, alagamentos no Meio Oeste norte-americano vêm preocupando e, caso esse cenário persista, poderá atrasar a semeadura de milho. Assim, na Bolsa de Chicago, o contrato Maio/2019 registra avanço de 1,6% nos últimos sete dias, cotado a US$ 3,76 por bushel. O contrato Julho/2019 apresenta valorização de 1,5% no mesmo período, indo para US$ 3,85 por bushel. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.


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