Tendência de pressão baixista sobre preço do milho

Com o bom desenvolvimento da 2ª safra de milho no Brasil, a confirmação do aumento da área plantada na safra 2019/2020 nos Estados Unidos e a maior oferta interna em 2019, a tendência baixista sobre os preços está se acentuando. As negociações envolvendo o milho no mercado spot estão em ritmo lento e os preços, em queda. Os vendedores limitam suas vendas na expectativa de valores maiores no período de entressafra, enquanto os compradores realizam pequenas aquisições para repor estoques de curto prazo. O movimento de queda nos preços é mais expressivo nas regiões ofertantes, como Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, onde o avanço da colheita aumenta a disponibilidade do cereal. Nos últimos sete dias, os preços registram queda de 3,8% no norte do Paraná, passando para R$ 32,61 por saca de 60 Kg.

No acumulado de março, a queda foi de 7,7%. Em Minas Gerais, na região do Triângulo Mineiro, as cotações apresentam recuo de 1,5% nos últimos sete dias e de 8,3% em março, com a média a R$ 33,21 por saca de 60 Kg atualmente. Nos mercados consumidores, como São Paulo e Santa Catarina, o movimento de baixa é limitado. Em algumas regiões, os preços chegaram a subir, influenciados pela necessidade de compradores e pela restrição de vendedores. O Indicador ESALQ/BM&F (região de Campinas – SP) acumula baixa de 0,8% nos últimos sete dias, cotado a R$ 38,32 por saca de 60 Kg. Em março, o Indicador registrou baixa de 9,2%. Nos últimos sete dias, a queda é de 0,9% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 1,1% no mercado de lotes (negociações entre as empresas). No acumulado de março, as baixas foram de 4,5% e de 4,3% para os respectivos mercados.

Nos portos, as cotações do cereal estão em baixa. No Porto de Paranaguá (PR), os valores registram recuo de 2,9% nos últimos sete dias e fortes 8,4% em março, a R$ 36,64 por saca de 60 Kg. As vendas da 2ª safra de 2019 para embarque no segundo semestre estão um pouco mais aquecidas. No campo, a semeadura da 2ª safra de 2019 está praticamente concluída em todas as principais regiões produtoras, e o clima favorece o desenvolvimento das lavouras. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), 99% da área havia sido semeada até o dia 1º de abril, sendo que 96% destas apresentam boas condições e 4%, médias. Quanto à colheita do milho da safra de verão (1ª safra 2018/2019), 86% da área do Paraná havia sido colhida até o dia 1º de abril, em linha com as duas últimas temporadas. Das lavouras restantes, 95% estão em fase de maturação e 85% boas.

No Rio Grande do Sul, a colheita da safra de verão (1ª safra 2018/2019) atingiu 70% das lavouras, contra 60% no mesmo período do ano passado. Na Região Centro-Oeste, o clima também segue beneficiando o desenvolvimento das lavouras. O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) mantém a expectativa de produtividade média para Mato Grosso, em 102,2 sacas de 60 Kg por hectare, ou 28,8 milhões de toneladas, quantidade 4,3% superior à do ano passado. Na Argentina, os produtores indicam dificuldades com a elevada umidade dos grãos. No entanto, a colheita vem caminhando de forma satisfatória. Até o final de março, 17,2% das lavouras já haviam sido colhidas.

Nos Estados Unidos, os agentes seguem atentos ao clima. Por enquanto, o cenário é favorável ao desenvolvimento do cereal, mesmo com o elevado volume de chuvas na região Meio Oeste em março. Na Bolsa de Chicago, o contrato Maio/2019 registra queda de 2,34% nos últimos sete dias, cotado a US$ 3,65 por bushel. O contrato Julho/2019 apresenta desvalorização de 2,48%, cotado a US$ 3,74 por bushel. No Brasil, os preços futuros também registram queda, pressionados pelo clima favorável às lavouras, que mantém elevada as perspectivas de oferta de milho para a 2ª safra de 2019. Nos últimos sete dias, o contrato Maio/2019 acumula desvalorização de 3,3%, indo a R$ 36,06 por saca de 60 Kg. No mesmo período, o contrato Julho/2019 registra recuo de 3,1%, cotado a R$ 33,51 por saca de 60 Kg. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.


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