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29/Abr/2019

Tendência de baixa com previsão de maior oferta

A tendência é baixista para os preços do milho no mercado brasileiro, com maior oferta interna em 2019, expectativa de grande produção na 2ª safra, entrada da safra argentina recorde no mercado internacional e o plantio da safra 2019/2020 nos Estados Unidos, com aumento da área. Os preços do milho seguem em queda no mercado interno, influenciados pelo maior interesse de vendedores em negociar e pela pressão exercida por compradores, diante da perspectiva de oferta elevada nos próximos meses. Os recuos nos preços domésticos, aliados à valorização do dólar, por sua vez, têm aumentado a competitividade internacional do milho brasileiro, o que pode favorecer as exportações nos próximos meses.

Na média parcial de abril, o preço do milho no Porto de Paranaguá (PR) está apenas 1,2% superior ao valor de exportação da Argentina, contra diferença de 7,7% em março. No comparativo com os preços dos Estados Unidos, o primeiro contrato de milho negociado na Bolsa de Chicago, na média parcial de abril, está cerca de 7% acima do primeiro contrato negociado na B3. Em março/2019, essa relação foi de 17% e, em abril/2018, de 26%, demonstrando o ambiente mais favorável às exportações brasileiras atualmente. Nos últimos sete dias, especificamente, os preços no Porto de Paranaguá registram alta de 1%. No mesmo comparativo, os preços do milho apresentam recuo de 2,3% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 2,1% no mercado de lotes (negociação entre empresas).

O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas – SP) registra queda de 3,1% nos últimos sete dias, a R$ 34,72 por saca de 60 Kg. Ainda existe forte queda de braço entre compradores e vendedores no mercado de São Paulo. Apenas os produtores com boas condições de armazenagem estão mais retraídos, à espera de recuperação nos preços. Na B3, os valores também registram consecutivas quedas. O contrato de Maio/2019 apresenta desvalorização de 1,5% nos últimos sete dias, cotado a R$ 33,85 por saca de 60 Kg. No mesmo período, o contrato Julho/2019 registra recuo de 3,3%, cotado a R$ 31,61 por saca de 60 Kg. A estimativa é de uma produção nacional de milho acima de 94 milhões de toneladas, que, somadas às 14,3 milhões de toneladas de estoques iniciais e importações de 500 mil toneladas, geraria disponibilidade de 108,8 milhões de toneladas, um recorde. Por enquanto, a estimativa é de 31 milhões de toneladas as exportações na safra 2018/2019.

No campo, o clima segue beneficiando as condições das lavouras em praticamente todas as regiões produtoras. No Rio Grande do Sul, 83% das lavouras da safra de verão (1ª safra 2018/2019) foram colhidas, avanço de 5% em relação à semana anterior. No Paraná, a colheita da safra de verão (1ª safra 2018/2019) chegou a 96% até o dia 22 de abril. Das lavouras a serem colhidas, 87% estão em boas condições. Para a 2ª safra de 2019, com o plantio finalizado, as atenções se voltam ao desenvolvimento das lavouras, sendo que, das já implementadas, 93% estão em boas condições e 7%, em médias. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 28,1% da área da Argentina já havia sido colhida até o dia 24 de abril. Com o clima satisfatório para a temporada, os rendimentos estão acima do esperado e a previsão de colheita segue mantida em 46 milhões de toneladas.

Nos Estados Unidos, as cotações estão em queda, devido às baixas do trigo, principal substituto na ração animal. Por outro lado, os recuos foram limitados pelo clima desfavorável no Meio Oeste do país. Previsões indicam novas chuvas, o que pode atrasar ainda mais o plantio. Até o dia 21 de abril, o semeio de milho atingia 6% da área norte-americana, 6% abaixo da média dos últimos cinco anos. Diante disso, na Bolsa de Chicago, o primeiro contrato (Maio/2019) registra queda de 3% nos últimos sete dias, cotado a US$ 3,47 por bushel. O vencimento Julho/2019 também apresenta recuo, de 2,6%, cotado a US$ 3,57 por bushel. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.