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21/Mai/2019

Tendência de sustentação com retração de vendas

A tendência é de maior sustentação dos preços do milho no mercado brasileiro, com a alta do dólar elevando a paridade de exportação nos portos e com a retração de ofertas por parte dos vendedores, mesmo diante de uma colheita expressiva esperada para a 2ª safra. Após acumular quedas consecutivas entre a primeira quinzena de março e as primeiras semanas de maio, os preços de milho estão em alta no mercado brasileiro, principalmente em regiões consumidoras, como São Paulo e Santa Catarina. O movimento de recuperação, que vem sendo verificado mesmo diante da perspectiva de disponibilidade elevada na atual safra, está atrelado à retração de produtores, que ofertam apenas pequenos lotes no spot. No geral, o ritmo de comercialização está lento, tendo em vista que muitos compradores adquirem volumes pontuais, ainda na expectativa de boa disponibilidade interna do cereal no segundo semestre.

Nos últimos sete dias, os preços registram leve recuo de 0,2% no mercado de balcão (ao produtor) e avanço de 0,7% no mercado de lotes (negociação entre empresas). No mesmo período, o Indicador ESALQ/BM&F (região de Campinas - SP), registra alta de 3,7%, cotado a R$ 34,25 por saca de 60 Kg. As altas nos preços nos portos também estão influenciando os valores regionais. Muitos vendedores têm aproveitado e realizado negócios próximos a R$ 37,00 por saca de 60 Kg para embarque no segundo semestre. Neste caso, a valorização do dólar frente ao Real e as quedas nos preços domésticos nas últimas semanas têm mantido em alta a competitividade internacional do milho brasileiro e, consequentemente, estimulado novos negócios para exportação. Deve-se considerar, também, que preocupações quanto ao atraso do plantio de milho nos Estados Unidos têm feito com que os negócios fiquem mais aquecidos no Brasil.

O preço médio do milho no Porto de Paranaguá (PR) registra alta de 0,3% nos últimos sete dias, a R$ 34,34 por saca de 60 Kg. Na B3, os valores também estão subindo com força. Os contratos Julho/2019 e Setembro/2019 registram valorizações de 8,1% e 9,0%, respectivamente, para R$ 33,28 por saca de 60 Kg e R$ 34,39 por saca de 60 Kg. No Paraná, o mercado acompanha as condições da 2ª safra de 2019, que apresenta 1% da área colhida. Quanto ao cereal que está na lavoura, 11% estão em condições médias e 88%, em boas, sendo que 3% estão em desenvolvimento vegetativo; 15%, em floração; 60%, em frutificação e 22%, em maturação. Na Bolsa de Chicago, os valores também estão subindo com expressividade, impulsionados pelo atraso do plantio do cereal no Meio Oeste norte-americano. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 30% da safra de milho do país havia sido plantada até o dia 12 de maio, contra 23% no período anterior.

O ritmo está abaixo da expectativa, tendo em vista que a média para esta época do ano é de 66% da área plantada. A umidade nas lavouras de Illinois e Ohio supera os 70%. Além disso, a maior produção de etanol, segundo os dados da Administração de Informação de Energia do país (EIA), aumenta a demanda por milho, principal matéria-prima para produção do biocombustível nos Estados Unidos. Os vencimentos Julho/2019 e Setembro/2019 apresentam valorizações de 7,3% e 6,9% nos últimos sete dias, cotados a US$ 3,79 por bushel e a US$ 3,87 por bushel. Na Argentina, o tempo mais seco permitiu o avanço da colheita. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, os trabalhos de campo totalizaram 34% até o dia 16 de maio. A expectativa de produção se mantém em 48 milhões de toneladas. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.