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09/Dez/2019

Tendência é altista com oferta restrita e demanda

Com a oferta restrita e demanda aquecida no mercado interno, exportações recordes no atual ano safra, dólar acima de R$ 4,10 e incertezas relacionadas à produtividade da 2ª safra de 2020, a tendência é altista para os preços do milho no Brasil. Os preços do milho seguem em alta no mercado interno, mas a intensidade desse movimento está distinta entre as regiões. As reações mais expressivas são verificadas em regiões em que, até então, os compradores estavam conseguindo segurar os preços. Por outro lado, em algumas localidades, foram verificadas leves quedas nos valores nestes últimos dias. Esse cenário é resultado de uma busca de ajuste de preços, após a disparada observada desde meados de outubro. No geral, os agentes do setor nacional estão atentos ao acelerado ritmo das exportações, o que tem reduzido a disponibilidade doméstica. Agora, muitos passam a especular o volume a ser ofertado no primeiro semestre de 2020, com a safra de verão (1ª safra 2019/2020).

Há, também, preocupações relacionadas aos possíveis atrasos no cultivo da 2ª safra de 2020 e aos consequentes impactos sobre a produção a ser colhida no segundo semestre de 2020. Por enquanto, os vendedores seguem retraídos e as indústrias que necessitam recompor seus estoques mostram dificuldades em efetivar negócios, sendo preciso ceder às ofertas vendedoras. Das regiões consumidoras de milho, os mercados de São Paulo e da Região Nordeste enfrentam maiores dificuldades para as aquisições. A baixa produção destas regiões na atual temporada, a dificuldade de cargas e os elevados preços no Centro-Oeste limitam os fechamentos de negócios. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas/SP) registra leve alta de 0,1% nos últimos sete dias, a R$ 48,10 por saca de 60 Kg. Os compradores de São Paulo, relativamente abastecidos, estão afastados das aquisições, o que tem pressionado as cotações.

Na B3, o contrato Janeiro/2020 registra recuo de 1,2% nos últimos sete dias, fechando a R$ 48,44 por saca de 60 Kg. O vencimento Março/2020 apresenta desvalorização de 2,0%, a R$ 47,04 por saca de 60 Kg. O milho posto Recife (PE), por sua vez, apresenta valorização de expressivos 6,1% no mesmo período, a R$ 53,20 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, há acréscimo de 3,0% nas cotações dos mercados de balcão e de lotes. Quanto às exportações, somaram 4,291 milhões de toneladas em novembro, o maior volume para o mês desde 2015. No acumulado deste ano, os embarques totalizam 39,149 milhões de toneladas, um recorde. Uma solução para os compradores do mercado interno é a importação. Entretanto, os possíveis fornecedores brasileiros (Paraguai e Argentina) apresentam dificuldades quanto às ofertas para o primeiro semestre e o dólar está elevado. No campo, o clima segue favorecendo os trabalhos, o que mantém as boas expectativas para a 1ª safra de milho 2019/2020.

No Paraná, a semeadura do cereal já está finalizada. Do cereal que está na lavoura, 91% estão em condições boas e 9%, médias. Quanto às fases, 55% estão em desenvolvimento vegetativo, 34%, em floração e 11%, em frutificação. No Rio Grande do Sul, a umidade do solo deixa as lavouras em bom estado, mas, nas regiões de Porto Alegre e de Soledade, a produção pode ser prejudicada por chuvas insuficientes. O cultivo do milho atingiu 88% do total da área prevista até o dia 5 de dezembro, pouco avanço na comparação com a semana passada anterior (86%). Do cereal que está na lavoura, 50% estão em germinação ou desenvolvimento vegetativo, 22%, em floração e 28%, em enchimento de grãos. Em Mato Grosso, após os problemas enfrentados no início da temporada, o plantio de soja ganhou ritmo, chegando a ficar acima da média dos últimos cinco anos, o que, de certa forma, alivia os temores quanto ao plantio do milho 2ª safra. Por enquanto, as estimativas indicam que, apesar da maior área plantada (+2,3%), a produtividade poderá ser menor (-4,2%), resultando em oferta de 31 milhões de toneladas em 2019/2020, queda de 2% em relação à anterior (2018/2019).

Na Argentina, as áreas de lotes tardios em Córdoba, Santa Fé, San Luis, La Pampa e Buenos Aires começaram a ser plantadas e o clima auxilia os trabalhos. Segundo relatório da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, até 5 de dezembro, 49% da área nacional estimada havia sido semeada, avanço de 2,5%. Nos Estados Unidos, a colheita ainda está muito atrasada em relação à temporada anterior tem mantido as cotações em alta. Por outro lado, temores com relação à demanda pelo cereal norte-americano limitaram as valorizações. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 2 de dezembro, a colheita havia alcançado 89% da área nacional, 9% inferior a 2018. Na Bolsa de Chicago, o contrato Dezembro/2019 registra alta de 0,76% nos últimos sete dias, cotado a US$ 3,65 por bushel. Os vencimentos Março/2020 e Maio/2020 apresentam avanço de 0,9%, a US$ 3,76 por bushel e a US$ 3,82 por bushel, respectivamente. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.